Por onde quer que vá, um missionário cristão leva consigo não apenas o Evangelho de Jesus Cristo como Palavra de salvação para os povos, mas também o arcabouço ético e cultural que proporciona o desenvolvimento das regiões onde ele atua. Apesar disso, algumas pessoas tentam impedir que outros conheçam essa verdade e possam, por meio dela, mudar radicalmente de vida.
Este é o caso de Rakesh Sinha, um parlamentar indiano, devoto do hinduísmo, religião milenar que acredita na reencarnação espiritual e existência de pelo menos 300 milhões de deuses. Além disso, essa tradição religiosa ensina que, com base nos estágios de “evolução espiritual”, cada ser humano nasce em castas específicas, determinando assim a posição de cada pessoa na sociedade.
Visando manter essa tradição intacta na Índia, Rakesh Sinha fundou o partido Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), de viés nacionalista e que prega a adoção do induísmo como religião oficial do Estado. Para isso, no entanto, é necessário restringir a liberdade religiosa não apenas dos cidadãos indianos, como dos estrangeiros.
“É hora de lançar uma campanha para se livrar dos missionários cristãos do país”, disse Sinha ao jornal Dainik Jagaran. “Os missionários cristãos nos últimos 300 anos trabalharam para destruir a cultura dos povos indígenas”, acrescentou o parlamentar em sua justificativa.
Para o presidente do fórum ecumênico Rashtriya Isai Mahasangh, no entanto, Sinha está completamente equivocado sobre o legado dos missionários cristãos na Índia. Ele explicou que o interesse do parlamentar, na verdade, é político, pois visa manter o sistema de castas e conquistar apoio entre os hindus radicais.
“Muitos indígenas como eu defendem seus direitos e falam contra a exploração e a discriminação de séculos atrás, sob o sistema de castas hinduístas, no qual pessoas de castas inferiores e tribais são tratadas como inferiores”, disse Prabhakar Tirkey ao site UCA News.
Nos últimos anos o discurso nacionalista que prega a “pureza da Índia” tem crescido no país. Por conta disso muitos cristãos são perseguidos, atacados e até mortos pela fé em Jesus, geralmente em comunidades menores e interioranas. Atualmente o país ocupa a 11º posição na lista de perseguição religiosa da organização Portas Abertas.