A primeira pesquisa do instituto Datafolha realizada para o segundo turno das eleições mostrou uma ampla vantagem do candidato Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT) no cenário geral (58% contra 42% nos votos válidos). No entanto, quando o recorte é feito por religião, o capitão do Exército soma 70% dos votos evangélicos, contra 30% de Haddad.
O levantamento mostrou que, se levados em conta os votos brancos e nulos, e também os eleitores indecisos, Bolsonaro teria 60% dos votos dos evangélicos, contra 25% de Haddad, uma soma maior que o dobro. No entanto, se o cenário a ser observado for apenas os de votos válidos, a diferença muda para 70/30.
A pesquisa Datafolha foi realizada na última quarta-feira, 10 de outubro, com 3.235 pessoas em 227 municípios do país, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo. A jornalista Anna Virginia Balloussier destacou que “a média de Bolsonaro cai para 49%, e a do adversário salta para 36% quando se leva em consideração eleitores de todas as religiões e também quem não possui um credo ou é agnóstico”.
Entre os católicos, a vantagem de Bolsonaro sobre Haddad é menor, mas também garantiria vitória, por mostrar números fora da margem de erro: 46% contra 40%. “Juntos, evangélicos (31%) e católicos (55%) formam o maior bloco religioso do Brasil. Nos dois grupos, o quinhão de indecisos sobre quem votar é o mesmo, 6%. A disposição em votar branco ou nulo é de 8% entre católicos e de 9% entre evangélicos”, acrescentou Balloussier.
Denominações
Bolsonaro tem seu melhor desempenho de voto entre os pentecostais, com 63% dos votos. Nesse ramo do evangelicalismo brasileiro, a maior denominação é a Assembleia de Deus.
Já entre os neopentecostais – grupo formado por denominações como Igreja Universal do Reino de Deus e Igreja Mundial do Poder de Deus, por exemplo – o desempenho do líder das pesquisas é levemente inferior: 55% das intenções de voto. Parte desse apoio expressivo nasce no apoio manifesto por Edir Macedo e Valdemiro Santiago a Bolsonaro.
Surpreendentemente, Bolsonaro consegue um desempenho melhor em igrejas tradicionais, como Batista, Presbiteriana e Metodista: tem 58% das intenções de voto dos fiéis dessas denominações. Esse ramo evangélico é onde o grupo de cristãos “progressistas”, ou de “esquerda”, possui maior penetração, embora o Datafolha aponte como insuficiente para influenciar a massa.
Apoios
O Datafolha também pesquisou o peso do apoio dos candidatos derrotados no primeiro turno sobre a decisão de voto dos evangélicos, e constatou que apenas 12% seriam influenciados por uma manifestação de apoio de Marina Silva (Rede); 37% levariam em conta a opinião de Ciro Gomes (PDT); e 15% seguiriam orientação de Geraldo Alckmin (PSDB).