O programa Pânico, da rádio Jovem Pan, recebeu o pastor Marco Feliciano (PODE-SP) na última segunda-feira, 22 de julho. Na ocasião, o líder evangélico defendeu a indicação de um homossexual para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
A declaração do pastor Marco Feliciano vem na esteira do compromisso assumido pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) de indicar um jurista “terrivelmente evangélico” para ocupar uma das vagas de ministro que serão abertas até o fim de seu mandato.
Em seu argumento, Feliciano pontuou que a diferença de visões de mundo é fundamental para a democracia, inclusive no STF. “O que há de mais belo na democracia é a pluralidade de pensamentos. Tinha que ter lá [no STF] um ministro homossexual”, afirmou.
O pastor, em seguida, apresentou seu ponto de vista sobre o que o presidente quis dizer ao declarar que indicará um ministro “terrivelmente evangélico” à Corte: “É um evangélico puro-sangue, que siga o Evangelho de verdade, que não seja alguém que seja evangélico só naquele momento”, disse. Eu seria além do terrivelmente evangélico”, acrescentou.
Essa indicação é importante, segundo Feliciano, para que as pautas conservadoras passem a ser um contraponto nas deliberações do STF: “Ele tem os ministros cristãos, os princípios que nós não vemos hoje no Supremo Tribunal Federal. Nós não temos um ministro conservador lá. Há quem diga que o Gilmar Mendes é conservador, mas não sei onde”, ironizou.
Ainda sobre a população LGBT e o STF, Feliciano reafirmou que está trabalhando com outros deputados para apresentar um projeto de criminalização da homofobia que substitua o que foi imposto pela Corte em junho.
“Nem o próprio movimento LGBT aceitou a forma como foi catalogada a questão da homofobia”, disse, revelando que a nova proposta contará com contribuições dos deputados David Miranda (PSOL-RJ) e Maria do Rosário (PT-RS).