O fenômeno dos pregadores-mirins no Brasil virou tema de reportagem do conceituado jornal norte-americano New York Times.
Na extensa matéria, o Times explica o contexto social, o crescimento do número de pessoas convertidas ao cristianismo evangélico, e estima que sejam milhares de crianças, a partir de cinco anos de idade, pregando em púlpitos das igrejas.
“A maioria vem de famílias pobres ou de classe média baixa, e quase todas estão afiliadas com Assembleias de Deus, uma denominação pentecostal que começou nos EUA em 1914 e que foi levada à América do Sul por missionários. Assembleias de Deus são atualmente o maior grupo pentecostal do Brasil”, explica a reportagem.
O jornalista Daniel Buarque, do portal Uol, comentou a matéria do Times sobre os pregadores mirins e destaca que “a força da religião no Brasil é um tema constantemente abordado por pesquisadores internacionais que estudam o país”.
Conhecido por ser um país de maioria católica, o Brasil vê “a ascensão recente dos evangélicos” se tornar um dos temas mais pesquisados e analisados sob os pontos de vista da sociologia em diversas universidades do planeta.
A matéria do New York Times destaca que a doutrina pentecostal é mais forte nas periferias das cidades brasileiras, “onde os moradores muitas vezes são esquecidos pelo governo”. Com uma “ênfase no sobrenatural”, essas igrejas se valem da crença popular para crescer e expandir sua interpretação do Evangelho.
Sobre os pregadores mirins, o jornal afirma que eles “preenchem um nicho especial”, pois misturam “o carisma e a presença de palco de velhos pregadores, mas filtrados pela inocência inerente das crianças”.
Uma das formas de alcançar o estrelato usada pelos pais dos pregadores mirins é o uso das redes sociais como forma de divulgar as pregações, segundo o jornal, que citou o pastor Silas Malafaia como um dos líderes assembleianos contrários à prática por considerá-la exploratória e absurda.