Em época de eleição não é apenas a configuração do cenário político que se altera no país. Em alguns casos, o religioso também, quando lideranças proeminentes do meio cristãos resolvem se posicionar abertamente em favor de certos candidatos, virando alvos de polêmica.
A publicitária Danielle Dytz da Cunha é a filha mais velha do ex-deputado federal Eduardo Cunha, que também presidiu a Câmara dos Deputados na época do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.
Cunha foi alvo de inúmeras investigações do Ministério Público Federal e terminou sendo condenado pelo juiz de primeira instância da operação Java Jato, Sérgio Moro, em março de 2017, a 15 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Já em junho desse ano, o juiz Vallisney de Souza, da 10ª Vara Federal de Brasília, também condenou Eduardo Cunha e mais quatro a 24 anos e dez meses de prisão por conta de envolvimento em um esquema que desviou dinheiro da Caixa Econômica Federal (CEF).
Apesar de preso e com acréscimo de condenações, Danielle Dytz parece acreditar que a condição atual do pai não vai afetar o suficiente a sua candidatura ao cardo de deputada federal pelo Rio de Janeiro, especialmente contando com o apoio de líderes evangélicos como o bispo Manoel Ferreira, Presidente Vitalício da Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil.
Manoel Ferreira, que também já foi deputado pelo PSC, gravou um vídeo apoiando Danielle Dytz, que presente se apresentar em algumas igrejas no Rio de Janeiro em defesa da “vida, da família e do Rio”.
O próprio Eduardo Cunha se manifestou apoiando a filha em uma carta endereçada ao país. “Sua desenvoltura política é notória: jovem, mulher, evangélica […] ela é muito mais preparada do que eu”, escreveu o ex-deputado cassado, direto da sua prisão no Complexo Médico Penal, em Pinhais.