A reunião secreta entre o bispo Manoel Ferreira, da Assembleia de Deus Madureira, e o ex-presidente Lula (PT) virou motivo de polêmica no meio evangélico, com o pastor Silas Malafaia se posicionando contra o político.
A reunião, que seria um segredo entre o bispo, Lula e seus aliados, foi vazada pelo ex-governador Anthony Garotinho nas redes sociais. Diante do fato, Silas Malafaia avisou que irá usar força total contra as tentativas de aproximação do ex-presidente aos evangélicos.
“Ele que venha, a artilharia vai ser pesada. Não vai ser coisinha fácil não. Vamos botar para arrebentar em cima e sem dó”, disse o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), um dos principais conselheiros do presidente Jair Bolsonaro.
Depois do vazamento da reunião, o presidente da bancada evangélica, Cezinha de Madureira (PSD-SP), que é pastor da Assembleia de Deus Madureira, se posicionou dizendo que a denominação continua apoiando Bolsonaro e que o encontro de Manoel Ferreira com Lula havia sido uma visita de “cortesia”.
Novo encontro
Nesta sexta-feira, 18 de junho, um encontro entre Malafaia, Manoel Ferreira e o próprio presidente Jair Bolsonaro deve ocorrer em Belém (PA), durante um culto em comemoração dos 110 anos da chamada “Igreja-Mãe” das Assembleias de Deus na cidade.
Diante das críticas severas feitas a Manoel Ferreira, o pastor e deputado Silas Câmara (Republicanos-AM) veio a público defende-lo: “Eu o conheço, estou dando o testemunho. Ele é Bolsonaro, assim como Samuel e Abner [filhos do bispo, também líderes na denominação]. Quem apostar que isso foi uma aproximação dos evangélicos com o Lula vai errar feio”, declarou o ex-presidente da bancada evangélica.
Conforme informações do jornal O Globo, Silas Malafaia avalia que Lula está tentando viabilizar sua candidatura em 2022: “Ele está na dele, político tem que fazer isso mesmo […] O que eu não entendo é como é que a gente pode apoiar um cara que, quando é libertado pelo Supremo Tribunal Federal, na primeira entrevista diz que as igrejas espalharam o vírus”, comentou.
A declaração faz referência a um discurso do ex-presidente em São Bernardo do Campo, março passado. Na ocasião, Lula afirmou que “muitas mortes poderiam ter sido evitadas” na pandemia se as igrejas não insistissem em realizar cultos.
A fala, que desagradou lideranças do meio evangélico, acrescentava que “o papel das igrejas é ajudar para orientar as pessoas, não é vender grão de feijão ou fazer culto cheio de gente sem máscara, dizendo que tem o remédio pra sarar”.
O líder da ADVEC adiantou que vai trabalhar ativamente contra Lula: “Vamos lembrar ao povo evangélico todo o roubo que ele praticou, dos escândalos de corrupção. Eu tenho memória. Não é possível que ele ache que vai enganar o povo de Deus”, posicionou-se Silas Malafaia.