O ex-deputado federal Cabo Daciolo (Avante) usou as redes sociais para atacar lideranças cristãs que estariam usando a pandemia de coronavírus para comercializar a mensagem do Evangelho. Os ataques foram atribuídos exclusivamente a líderes que não o apoiaram na candidatura a presidente da República em 2018.
O político fluminense disparou contra os bispos Edir Macedo (Igreja Universal do Reino de Deus) e Manoel Ferreira (Assembleia de Deus Madureira), e os pastores Silas Malafaia (Assembleia de Deus Vitória em Cristo), e Marco Feliciano (Assembleia de Deus Catedral do Avivamento).
“Muitos homens estão comercializando a palavra de Deus, tem algumas exceções. Mas posso dar exemplos de homens que comercializam a palavra do senhor. Posso falar: Edir Macedo, Silas Malafaia, Manoel Ferreira e Marcos Feliciano (sic) usam a palavra de Deus pedindo dízimo e ofertas e colocam em seus bolsos enquanto o povo clamando e pedindo socorro”, afirmou.
Em outro trecho de sua live no Instagram, Daciolo abordou o assunto coronavírus com o tom que lhe é peculiar, ordenando: “Coranovírus, saia desta nação”.
A legenda do vídeo publicado na rede social também trazia ataques aos desafetos e uma passagem bíblica: “FORA CORONAVÍRUS! EDIR MACEDO, SILAS MALAFAIA, MANOEL FERREIRA, MARCO FELICIANO… ARREPENDAM-SE! VOCÊ DECIDE: Vamos VENCER o coronavírus ou sermos destruídos por ele ? “Se você fizer do Altíssimo o seu abrigo, do Senhor o seu refúgio, nenhum mal o atingirá, desgraça alguma chegará à sua tenda”. Salmos 91:9,10. GLÓRIA A DEUS!”.
Histórico
Daciolo e Feliciano se desentenderam de forma aguda durante a campanha eleitoral de 2018 e posteriormente, quando Jair Bolsonaro já estava eleito para seu primeiro mandato à frente da República.
Em um bate-boca, Daciolo o acusou de ser possuído por um espírito de “pomba-gira”, e o pastor rebateu chamando-o de “calça-curta”, uma referência à infantilidade que ele enxergava na postura do candidato derrotado.
Em uma entrevista ao programa Pânico, Feliciano declarou que Daciolo havia usado uma estratégia de campanha antiética e mentirosa, atribuindo a ele ligação com a maçonaria para tirar votos, o que quase custou sua reeleição para o terceiro mandato como deputado federal.
A acusação de Daciolo a Silas Malafaia na pandemia de coronavírus se explica através da postura do líder da ADVEC, de ter demonstrado resistência à suspensão dos cultos nas congregações da denominação que dirige, sob a alegação de que as aglomerações no transporte público configuram condições mais desfavoráveis para a saúde pública no momento atual.