Um filme brasileiro de animação chamado “Uma História de Amor e Fúria” ainda não estreou, mas já tem causado polêmica entre religiosos cristãos de diversas orientações.
No roteiro do filme, que se situa no distante ano de 2096, o Brasil é um país onde os recursos hídricos foram privatizados e o presidente brasileiro é um pastor evangélico que possui ligações com uma milícia organizada como máfia. Além disso, o maior cartão postal do Rio de Janeiro, a estátua do Cristo Redentor, é apresentada aos pedaços no filme.
O roteirista e diretor do filme, Luiz Bolognesi afirma que sabia do potencial de polêmica da história que criou: “O Cristo é o grande símbolo do Rio. Várias pessoas falaram: ‘Cara, você vai ser linchado! ‘”, afirma, deixando claro que sua opção foi consciente: “Eu adoro HQs e história do Brasil. O projeto ideal seria unir as duas coisas. Como somos irresponsáveis, decidimos fazer um longa animado”.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o filme teve um custo de produção por volta dos R$ 4,5 milhões. O diretor Bolognesi revela que teve dificuldades em conseguir os recursos: “Foi extremamente difícil vender o projeto. Todo mundo me chamava de louco”.
Porém, a polêmica em torno dos elementos que formam o filme já atraiu críticas. O pastor Rubens Teixeira declarou ao site Holofote.Net que a proposta do filme é incoerente e fora da realidade: “Não é parte da doutrina cristã a prática de crimes e nem de uso da força. Por isso, não há coerência entre a realidade e a ficção apresentada. O comentário e o filme podem ser reflexo de preconceito contra os evangélicos existente na mente dos que idealizaram e dos que apreciam a obra. O preconceito contra algumas religiões geram rebeliões e mortes, o preconceito contra evangélicos vende filmes, novelas e programas de TV”, observou o pastor.
Teixeira destaca o desrespeito do diretor com a fé e pessoas ligadas ao movimento evangélico: “Não sei se a mola propulsora deste filme é um incentivo ao preconceito aos evangélicos ou a busca de lucros com este preconceito. A realidade é que, independente de quais sejam as razões, são eivadas de desrespeito e de lamentável pobreza de espírito comuns em ambientes medíocres”, criticou o pastor.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+