Conhecido como o “Estado Islâmico da África“, o grupo terrorista muçulmano Boko Haram vem desde 2015 -quando jurou lealdade aos radicais situados no Oriente Médio – atacando a comunidade cristã do continente, especificamente em países como a Nigéria, onde um verdadeiro genocídio cristão está em curso.
Segundo a Comissão dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional, a Nigéria possui 180 milhões de habitantes, sendo divididos igualmente entre muçulmanos e cristãos. Todavia, existe uma ala extremista no meio islâmico que vem desequilibrando essa proporção através da violência.
Até mesmo os muçulmanos considerados moderados são vitimas dos pares radicais. Eles também são atacados e mortos por não aderirem ao extremismo do Boko Haram, segundo informações da organização Internacional Christian Concern (ICC).
Entretanto, “os cristãos continuam a ser o alvo principal e constante de radicais islâmicos, como o Boko Haram e os militantes Fulani sem qualquer esperança de serem protegidos e verem a justiça agir com firmeza contra esses crimes”, disse o ICC em uma nota.
De fato, líderes cristãos já denunciaram massivamente o descaso por parte das autoridades nigerianas quanto à proteção contra os ataques do Boko Haram, os quais incluem também, além dos assassinatos, sequestros, mutilação e abuso sexual.
Em setembro passado, através de uma decisão equivocada, o governo da Nigéria expulsou do país duas organizações humanitárias, à Ação Contra a Fome e o MercyCorps. Ambas prestavam auxílio nas regiões mais pobres do país, no nordeste, onde boa parte dos cristãos refugiados buscam proteção.
A justificativa do governo foi a de que tais ONGs estariam ajudando o Boko Haram, o que não foi provado. “Essas alegações acontecem pouco antes do Boko Haram lançar uma execução em vídeo de um dos seis trabalhadores humanitários que sequestraram há dois meses”, informou o ICC.
Na prática, o que ficou subentendido é que o próprio governo estaria compactuando com os radicais, e não o contrário.
“Esses seis trabalhadores humanitários faziam parte da Ação Contra a Fome. O Boko Haram afirmou no vídeo que o governo mantém negociações secretas com o grupo terrorista há meses, mas as enganou”, acrescenta o comunicado.
Enquanto o descaso permanece, 900 igrejas cristãs já foram destruídas pelo Boko Haram desde a escalada de ataques iniciada no país, segundo à Associação Cristã da Nigéria (‘CAN’). A ICC conclui seu relatório fazendo um apelo internacional:
“Em vez de perseguir o próprio grupo [terrorista] e interromper sua capacidade de recrutar entre os pobres, eles [governo] impedem grupos externos [ONGs] de ajudar os necessitados. Por favor, ore pelas famílias daqueles que foram sequestrados pelo Boko Haram e que o governo nigeriano está claramente deixando de ajudar”.