Um grupo de extremistas muçulmanos fiéis ao Estado Islâmico matou quatro cristãos em Moçambique, cortando as gargantas de dois deles, em diferentes circunstâncias ao longo deste mês de novembro.
O grupo Estado Islâmico de Moçambique (IS-M, na sigla em inglês) é fiel ao grupo terrorista que dominou partes dos territórios da Síria e Iraque em 2014. Os incidentes de perseguição no país africano de língua portuguesa não são recentes: um pastor foi decapitado em 2021 e os extremistas enviaram sua cabeça à viúva.
Agora, o episódio de terror ocorreu no distrito de Muidumbe, em Cabo Delgado, uma região que está sob domínio dos extremistas muçulmanos desde 2017. As vítimas foram capturadas em diferentes circunstâncias e executadas apenas por serem cristãs.
A violência começou em 3 de novembro, quando militantes do IS-M capturaram e cortaram as gargantas de dois cristãos que eles descreveram como “cristãos infiéis”.
Outro cristão foi metralhado em 7 de novembro, em um quarto foi capturado e executado dois dias depois, disse o ministério de monitoramento da perseguição religiosa Barnabas Fund.
Cabo Delgado é o epicentro de uma insurgência violenta que levou a milhares de mortes e migração forçada em massa. Desde 2017, atividade extremista do IS-M se intensificou. Ao todo, entre 2017 e 2023, mais de 1 milhão de pessoas fugiram de suas casas na região para escapar da violência, além de 2.100 mortes de civis atribuídas à atividade dos terroristas.
O grupo está estreitamente alinhado com os extremistas da Província Central da África do Estado Islâmico, que opera no nordeste da República Democrática do Congo, com apoio de uma base do Estado Islâmico na Somália.
“Eles perseguem seus objetivos políticos de acordo com um roteiro ditado pelo Estado Islâmico”, resumiu o professor Fernando Cardoso, especialista em geopolítica. Ao
De acordo com informações do portal The Christian Post, a província de Cabo Delgado tem uma população majoritariamente muçulmana, mas a nação como um todo é predominantemente cristã, com cristãos evangélicos e pentecostais constituindo uma parcela significativa da população de Moçambique.
Em setembro, militantes do IS-M atacaram uma vila no distrito de Mocímboa da Praia, separando moradores cristãos e muçulmanos antes de abrir fogo: “Eles abriram fogo contra os cristãos, crivando-os de balas. O ataque foi realizado por um grupo terrorista local que alegou lealdade ao Estado Islâmico e que disse em uma declaração que havia matado 11 cristãos na operação. O número real de vítimas pode ser maior, no entanto, e também há pessoas gravemente feridas”, disse um missionário à instituição de caridade católica Aid to the Church in Need (ACN).