Uma mobilização criada por grupos de ateus nos Estados Unidos, batizada pelos jornais locais de “Guerra ao Natal”, tenta impedir a colocação de decoração natalina em locais públicos.
Nessa época de Natal a briga entre religiosos e secularistas fica mais feroz no país, apesar de a maioria da população se declarar cristã, e cada um deles tenta marcar presença nas propriedades públicas.
De acordo com a BBC Brasil, em novembro, uma juíza de Santa Mônica, comunidade costeira de 90 mil habitantes próxima a Los Angeles, na Califórnia, proibiu toda e qualquer manifestação natalina em um parque da cidade, quebrando uma tradição de mais de 60 anos.
No Estado da Virgínia, autoridades da cidade de Leesburg ao patrocinar uma exibição no gramado do fórum local durante a época de festas de final deste ano com símbolos seculares e religiosos. Porém, a iniciativa vem sendo criticada, pois as exposições dos grupos ateístas começaram a ser consideradas pela comunidade como muito ofensivas, por debochar das religiões ao promover “entidades” como a Igreja do Monstro do Espagueti Voador ou exibir um esqueleto vestido de Papai Noel preso a uma cruz.
Argumentando ser ilegal o estado apoiar alguma religião, os ateístas dizem que, embora não tenha havido uma grande vitória judicial definitiva em favor de sua causa, cada vez mais tribunais locais têm aceitado o argumento de direito à igualdade no tratamento e respeito dados à sua convicção secular.
– Ter um presépio em uma propriedade do governo dá a impressão de que esse promove o cristianismo, e isso é ilegal, segundo a Constituição – disse Hemant Mehta, diretor da Foundation Beyond Belief (Fundação Além da Crença, em tradução livre), organização que promove atividades caritativas baseadas no humanismo e livres de vínculos religiosos.
– Nos últimos anos, houve uma mudança na maneira pela qual os ateístas lidam com a exibição de presépios em espaços públicos. Em vez de fazer o que sempre fazíamos e processar os governos locais, algo que exige tempo e dinheiro, agora exigimos nossas próprias exibições nos mesmos espaços – completa Mehta, que afirma lutar pelo patriotismo.
Apesar de pequenas, as vitórias dos ateus têm obtido destaque – e críticas – na imprensa americana. William Becker, advogado de um grupo de igrejas cristãs, disse ao Los Angeles Post que a decisão da juíza de Santa Mônica foi “uma vergonha para o Natal”.
– Pôncio Pilatos era exatamente o mesmo tipo de administrador – declarou o advogado.
Por Dan Martins, para o Gospel+