O grupo de hackers ativistas Anonymous invadiu o site do pastor Silas Malafaia na madrugada deste sábado, 27 de junho, e publicou uma mensagem de apologia à homossexualidade e críticas à postura do líder evangélico. A data do ataque coincide com o Dia Internacional do Orgulho Gay, que comemorado pelos ativistas em diversos países hoje.
Malafaia, que é conhecido como principal adversário da militância LGBT e sua ideologia, se tornou alvo de hackers, assim como já havia acontecido com o site do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) no domingo 07 de junho, mesmo dia da realização da Parada Gay, e do perfil da Igreja Universal do Reino de Deus no Twitter.
Uma colagem de fotos de pessoas considerada adversárias dos ativistas gays foi publicada na página principal do Verdade Gospel, sobreposta por uma faixa com as cores da bandeira da militância LGBT. A imagem trazia, na sequência, fotos de Jair Bolsonaro (PP-RJ), Silas Malafaia, Marco Feliciano, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Levy Fidelix (PRTB-RS), Danilo Gentili, Rachel Sheherazade e Aécio Neves (PSDB-MG).
Abaixo da imagem, o texto com a crítica a Malafaia e às demais pessoas que se opõem às principais demandas da militância LGBT: “Religião e política não devem se misturar. Como parte da bandeira da Liberdade de Expressão, nós Anonymous defendemos a liberdade religiosa. Mas defendemos a liberdade de todas as religiões, que só é possível num Estado laico. Alguns políticos da bancada evangélica vêm desrespeitando a laicidade do estado, atacando minorias em função de suas identidades e orientações sexuais, movendo ações contra religiões de matriz africana e, claro, tentando colocar a mulher ‘no seu devido lugar’ de submissa”.
O ataque cibernético a Malafaia aconteceu menos de 48 horas após sua participação na audiência púbica realizada na Câmara dos Deputados para discutir o Estatuto da Família.
Na ocasião, o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) fez frente à manobra do governo de tentar impor a ideologia de gênero nas escolas públicas, criticou o projeto de lei proposto por Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Érica Kokay (PT-DF), que prevê a autonomia de crianças para decidir sobre uma cirurgia de mudança de sexo e defendeu que o modelo de família reconhecido pela Constituição Federal é o de um homem, uma mulher e seus filhos.
“O pensamento proibicionista sustenta o mesmo critério que as igrejas tinham na idade média, o do castigo para aquele que transgride a moral religiosa. Não basta que cada um pratique sua religião e seja feliz na diversidade, é preciso massificar a cultura e o pensamento, deixar todos iguais, de joelhos, e pagando devidamente seus dízimos”, pontuaram os hackers em sua mensagem.
Ao final inseriram uma imagem do jornalista Ricardo Boechat, que se indispôs publicamente com o pastor Silas Malafaia, mandando-o, com um termo chulo, se ocupar. A polêmica teve início com o caso de intolerância religiosa de uma menina candomblecista, que foi apedrejada por um grupo de pessoas que supostamente seriam evangélicos.