Um grupo de cristãos que vivia em um vilarejo remoto da Índia foi obrigado a deixar o local às pressas depois que a hostilidade dos extremistas hindus se transformou em violência. Uma igreja foi invadida durante o culto dominical e incendiada.
O caso foi registrado há algumas semanas na vila de Perigaon, pertencente ao distrito de Rayagada, no estado de Odisha. O ataque vem sendo atribuído ao grupo extremista hindu Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), que atua sempre no anonimato.
De acordo com o portal Express, o pastor Bibhudan Pradhan, que dirigia o culto no momento do ataque, afirmou que os fiéis da congregação conviviam com ameaças diárias, e inclusive, eram seguidos enquanto se dirigiam às suas casas após deixar os cultos.
Dias antes do ataque à igreja, os extremistas hindus haviam assediado cristãos na ruas e tomados suas Bíblias, formando uma pilha para queima-las, junto a outros livros sobre o Evangelho.
A Índia vive um clima de intolerância religiosa desde que o primeiro-ministro Narendra Modi chegou ao poder. Ultra-nacionalista, o político tem tomado ações que inspiram um sentimento de temor por parte das minorias religiosas, como cristãos, muçulmanos e outros, que têm sido atacados impunemente.
Há a suspeita de que o governo venha se omitindo intencionalmente para que se crie a ideia de que a Índia deve se tornar uma pátria hindu, sem espaço para outras religiões. Assim, extremistas hindus hostilizam os seguidores de Jesus Cristo e até matam fiéis.
Veto à pregação
As tentativas de sufocar a presença de outras religiões no país ficaram evidentes desde que o governo baniu entidades missionárias do país de maneira indireta. O governo passou a exigir que funcionários de organizações sem fins lucrativos com fundos estrangeiros assinem compromissos de não se envolverem com atividades evangelísticas.
Essa nova regulamentação veio à tona aproximadamente dois anos depois que a organização cristã de patrocínio infantil Compassion International foi forçada a sair do país devido a uma repressão à ajuda externa.