Os cristãos na Coreia do Norte têm sofrido há décadas com a repressão da ditadura comunista e agora os casos de tortura e violações de direitos humanos chamou atenção do secretário-geral da ONU, António Guterres.
A Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu as graves violações de direitos humanos praticados pela dinastia Kim contra os cristãos, dentre outros grupos – como a etnia uigure – e o secretário-geral da entidade demonstrou intenção de responsabilizar a Coreia do Norte.
Em um relatório divulgado recentemente, Guterres sugere o uso de “medidas de reparação e de busca da verdade” contra o país governado em regime comunista e considerado o mais fechado do mundo.
De acordo com a Missão Portas Abertas, o relatório “destaca o aumento da repressão à liberdade de expressão, pensamento e acesso à informação, o controle rigoroso sobre o deslocamento interno e externo dos cidadãos e o uso de trabalho forçado em condições extremas na Coreia do Norte entre julho de 2023 e maio de 2024”.
“António Guterres observa uma escalada significativa na repressão, com novas leis que restringem severamente o acesso a mídia e informações estrangeiras. Especialmente devido a leis como a Lei do Pensamento e Cultura Reacionários, que impõe penas severas, incluindo prisão perpétua e até pena de morte, pela disseminação do que o governo considera conteúdo ‘reacionário’, como filmes e músicas da cultura sul-coreana e notícias estrangeiras”, acrescenta a Portas Abertas.
‘Não deixem de orar’
Um parceiro da entidade missionária identificado pelo pseudônimo Simon Lee comentou a situação e afirmou que o governo norte-coreano age de forma a impedir que a população receba influências externas: “A lei é uma ameaça para todos os cidadãos. Ela visa especificamente os cristãos e proíbe a Bíblia e outros materiais religiosos”.
A lei não menciona textualmente o cristianismo ou a religião, mas fala de “materiais supersticiosos”, e segundo Simon Lee trata-se de um eufemismo: “Todo norte-coreano sabe o que significa essa frase”.
O relatório internacional faz recomendações ao governo norte-coreano, e uma das principais é a exigência do fim do uso de tortura e trabalho forçado, além da libertação de todos os prisioneiros políticos e a abolição da pena de morte, que atualmente é aplicada para uma ampla gama de crimes não violentos.
“Esperamos que os cristãos ao redor do mundo não deixem de orar pela Coreia do Norte. Se não orarmos, significa que perdemos a esperança. Mas os cristãos norte-coreanos ainda têm esperança de que um dia a situação em seu país melhorará”, conclui Simon.
A Portas Abertas pede orações por todos os cristãos norte-coreanos: “Clame por liberdade e coragem para a Igreja Perseguida na Coreia do Norte; Interceda por cristãos norte-coreanos presos por ler a Bíblia; Ore pela transformação das autoridades norte-coreanas”, finaliza a entidade missionária.