A preocupação com o recrutamento feito pelo Estado Islâmico de jovens na Europa e Estados Unidos através de estratégias de propaganda, levou o governo norte-americano a procurar os responsáveis pelos principais estúdios de Hollywood para contra-atacar os terroristas.
A reunião entre o secretário de Estado, John Kerry, e os presidentes de estúdios como Sony Pictures, DreamWorks, Walt Disney, 20th Century Fox, Warner Bros, Universal, NBCUniversal e Amblin Partners, realizada na última semana, tinha como objetivo “trocar ideias sobre o Estado Islâmico”.
Kerry afirmou em sua conta no Twitter que ele pretendia saber dos estúdios se eles poderiam, de alguma forma, contrapor a “narrativa do Estado Islâmico”, que usa cenas de séries e filmes de ação famosos em seus vídeos, com o objetivo de recrutar novos adeptos.
Dentre as ações midiáticas do grupo extremista, uma em particular chamou a atenção, meses atrás: a criação de um jogo de videogame que tinha como mote o incentivo ao extermino de cristãos e judeus. Todas as ações do Estado Islâmico em termos de mídia são centralizadas e organizadas por um departamento chamado Al-Hayat, que recebe vídeos das execuções perpetradas pelos soldados e edita, usando as mesmas técnicas empregadas pelos estúdios de cinema.
A avaliação de John Kerry é que esse material macabro de propaganda tem “alto grau de atração” para os jovens, mostrando como o Estado Islâmico cresceu em termos de território e poderio militar. Nos vídeos, os terroristas descrevem seu estilo de vida como “heroico e aventureiro”.
Um dos principais materiais de propaganda do Estado Islâmico é o filme “O surgimento do califa e o retorno do dinar de ouro”, com mais de uma hora de duração. O longa-metragem conta como acontece a produção e circulação do dinar de ouro, a moeda oficial nos territórios ocupados pelos terroristas.
O governo considera que os estúdios poderiam produzir filmes e séries que apresentem as barbáries do Estado Islâmico, mas, no entanto, sem atacar a religião muçulmana. A ideia é que essas narrativas desvinculem o grupo extremista dos ensinamentos de Maomé, de acordo com informações do jornal The Guardian.