Um processo movido por um jovem identificado apenas como R. A. F. contra a Igreja Mundial do Poder de Deus acusa um dos pastores da denominação neopentecostal de tê-lo agredido a socos e pontapés por ser gay.
Os autos do processo, movido na 14ª Vara Cível de Cuiabá (MT), descrevem que um dos pastores da Mundial teria praticado discriminação e racismo contra o jovem por conta de suas experiências homossexuais antes de sua conversão à denominação, além das agressões físicas.
R. A. F. pede no processo que a indenização seja por danos morais e materiais, com tutela antecipada. Segundo o jovem, as agressões começaram depois que ele entrou para o corpo de pastores auxiliares da Mundial.
Quando o caso veio à tona entre os superiores hierárquicos, R. A. F. teria sido levado para a casa do bispo S. F., que teria tentando convencê-lo a não prestar queixa das agressões, e aguardar para que fossem tomadas providências internas.
No entanto, R. A. F. acabou expulso da denominação sem chance de defesa, o que o levou a procurar a Polícia para registrar um Boletim de Ocorrência contra os acusados. O laudo dos exames de corpo de delito realizados no Instituto Médico Legal (IML), não foram conclusivos, e R. A. F. foi intimado a fazer novos exames, mais detalhados, para comprovar se ele havia sofrido agressões físicas e psicológicas.
Em seu depoimento, o jovem ainda afirmou que seu agressor e o advogado da igreja usaram programas ao vivo da Mundial na televisão para comentar de forma irônica as acusações de agressão: “Estamos sendo perseguidos,até o IBAMA veio atrás de nós porque bateram em um veado”, teriam dito os envolvidos.
A sentença deverá ser emitida pela juíza Ana Paula da Veiga Carlota Miranda no próximo dia 27 de dezembro, quando o julgamento final será realizado, de acordo com informações do Cenário MT.