O empenho dos cristãos na defesa da vida e na luta contra a prática de abortos é algo comum a todas as tradições, sejam elas católica, protestante ou ortodoxa. Nesse cenário, a Igreja Ortodoxa Russa está promovendo uma campanha para conseguir tornar ilegal todas as modalidades de aborto no país e a venda da pílula do dia seguinte.
O líder máximo da denominação, patriarca Kirill, assinou uma petição que será entregue ao presidente Vladimir Putin, segundo informações do Christian Today.
A campanha visa a proibição ao aborto realizado em clínicas privadas, prática que é permitida no país. Anteriormente, existiam clínicas estatais que também faziam os procedimentos, mas a denominação conseguiu o fim da prática após uma grande mobilização.
O patriarca Kirill, que descreveu o aborto como sendo “uma verdadeira catástrofe nacional levando embora as vidas de mais de um milhão dos nossos concidadãos a cada ano”, espera obter um milhão de pessoas para assinar a petição. Até o momento, 300 mil pessoas já aderiram ao abaixo-assinado.
A petição demanda a proibição de todas as formas de aborto, incluindo cirúrgica e induzida por drogas, além da proibição da comercialização da chamada pílula do dia seguinte.
Em 2014, eram realizados cerca de um milhão de abortos na Rússia, mas esses dados não incluem o número de abortos realizados em clínicas privadas. Em 2015, o patriarca visitou o parlamento e afirmou que se o país conseguir “reduzir o número de abortos em 50 por cento, teríamos crescimento populacional estável e poderoso”.
Alguns legisladores, no entanto, se opõem a uma proibição de aborto. Valentina Matvienko, a presidente da Câmara Alta do Parlamento russo, afirmou que considera um projeto de lei que proíba clínicas de aborto privadas como “extremista”.