A luta contra o aborto é algo que não pode parar, apesar da forte resistência por parte dos defensores dessa prática. Neste embate estão igrejas como a Covenant Church que foi multada recentemente em quase US$ 1 milhão (mais de R$ 5 milhões na cotação atual) por realizar cultos em frente a uma clínica.
Os cultos eram realizados na cidade de Spokane, no estado de Washington, Estados Unidos, em frente a clínica da Planned Parenthood, conhecida mundialmente por defender o abordo como um “direito de saúde” e escolha das mulheres.
Os cultos foram realizados ao menos uma vez por mês no ano de 2020, e na época um juiz do Tribunal Superior de Washington determinou que as cerimônias fossem realizadas em uma área mais distante da clínica, o que não ocorreu.
Outro juiz, dessa vez do condado de Spokane, também concluiu na época que a igreja tinha, de fato, a intenção de interferir nos trabalhos da clínica de aborto. “A Covenant Church pretende interferir no acesso ou na entrega segura e eficaz dos serviços de saúde prestados”, disse Timothy B. Fennessy.
“Portas do inferno”
Em dezembro, o tribunal de Spokane multou a igreja em US$ 110 mil, acrescentando mais US$ 850 mil pelos honorários dos advogados da Planned Parenthood, totalizando em US$ 960 mil em dívidas para a denominação cristã, segundo informações do Christian Post.
O pastor da igreja, Ken Peters, disse por meio das redes sociais que o valor da multa seria para “advogados corruptos”, e que a congregação não desistiria da sua luta contra o aborto. “É muito dinheiro que eles roubaram do Reino em uma hora. Estamos reiniciando novamente em 14 de março às 19h”, postou o líder religioso.
“Eles estão com medo de nossas orações e nossa adoração. Não estamos lá para incomodá-los, estamos lá para tocar o céu e ser uma luz para o mundo. Estamos lá para ser uma declaração profética de que ‘nós, a igreja, não aprovamos matar a vida dentro do útero'”, destacou o pastor.
O escritório de advocacia que defendeu a Planned Parenthood, o Legal Voice, por sua vez, argumentou que a igreja teria prejudicado o funcionamento da clínica, inclusive fazendo com que alguns pacientes desistissem do atendimento oferecido.
“Os funcionários foram forçados a transportar pacientes entre os consultórios e, às vezes, os pacientes optaram por não cumprir seus compromissos, em vez de enfrentar os manifestantes bloqueando seu caminho”, alegou o escritório.