A Igreja Universal do Reino de Deus estaria negociando a compra de uma emissora do Grupo Bandeirantes de Televisão por uma quantia astronômica: R$ 800 milhões.
Atualmente, a denominação fundada pelo bispo Edir Macedo é locatária da Rede 21, canal que transmite em sinal UHF. Pelo contrato, a Igreja Universal tem direito a 22 horas da programação da emissora.
De acordo com o jornalista Thiago Prado, colaborador da coluna Radar Online, da revista Veja, as conversas entre a direção do Grupo Bandeirantes e a Universal se arrastam há pelo menos cinco meses.
Inicialmente, o valor pedido pela empresa de Johnny Saad girava em torno de R$ 1 bilhão, mas a Universal recusou levar a negociação adiante com esses valores.
“A Band já aceita receber menos pelo controle da Rede 21, canal que tem a igreja Universal como locatária e é alvo da cobiça do Bispo Edir Macedo. Em fevereiro, a emissora colocou na mesa que toparia uma proposta de 1 bilhão de reais, com um terço do valor pago à vista. As conversas não andaram. Agora, a Band topa fazer negócio por 800 milhões de reais. Emissários de Macedo continuam querendo puxar a oferta para metade do valor”, informou Prado.
A Igreja Universal mantém um forte projeto midiático, ancorado nas 22 horas de transmissão na Rede 21, e em outras dezenas de horas semanais em outras emissoras, como RedeTV! e Gazeta, além dos horários nas madrugadas da TV Record, empresa pertencente a Edir Macedo.
Há alguns anos, a Record passou a investir em produções bíblicas, a maioria delas dedicadas a narrar os registros do Velho Testamento. Ao mesmo tempo, a Universal se dedicou a construir sua nova sede, uma réplica superdimensionada do Templo de Salomão, e ao uso de elementos ritualísticos do judaísmo durante suas reuniões, como a kipá e o talit, num sincretismo religioso explícito.
A convergência das mensagens pregadas pela Universal e contadas pela TV Record através de minisséries e novelas forma uma unidade de discurso, como forma de conferir legitimidade à imagem da denominação liderada por Macedo, conforme analisou o pesquisador Johnny Bernardo em seus artigos para o Gospel+.