A Igreja Universal do Reino de Deus, uma das pioneiras na pregação da teologia da prosperidade no Brasil, estaria inovando na maneira de atrair e manter fiéis em suas filiais.
A jornalista Ângela Kempfer, publicou em sua coluna Lado B no site do portal Campo Grande News, um artigo com severas críticas ao que chamou de “unção dos celulares” promovida pela denominação fundada pelo bispo Edir Macedo.
Ângela narra, em seu texto, uma experiência para qual foi atraída através de um programa da Universal: “Pelo rádio, o locutor convocava para a ‘unção dos celulares’, com a promessa de notícias boas para o resto da vida e recompensas em dinheiro a quem tem fé. ‘É a garantia de que o telefone só vai tocar para dar notícias maravilhosas’, diz a propaganda”.
Segundo a jornalista, “para ganhar a ‘graça’, a pessoa tem de levar o aparelho, ouvir um sermão de cerca de 40 minutos e pagar o dízimo com ‘fidelidade’”, escreveu.
O fundamento teológico para a doutrina do celular ungido viria de textos bíblicos populares: “A lógica dos efeitos sobre o celular tem como justificativa a palavra de Deus. ‘A Bíblia diz: O que é ligado na terra é ligado nos céus. O celular faz o que? Ligações!’, explica o pastor Alvaro Moura, para acabar com qualquer dúvida ou dissuadir quem acha tudo aquilo um delírio”, relatou Ângela Kempfer.
“É impossível não ficar pasma diante do primeiro discurso ao vivo do pastor. ‘Hoje você vai deixar um dízimo que você nunca deixou. Pode ser em cheque, dinheiro… Até dia 21 de outubro o telefone vai tocar, com o retorno em dobro.’”. Segundo ela, “as histórias” contadas pelos fiéis envolvem desde a troca de carro até a conquista meteórica de sonhos: “Os relatos envolvem elevadas quantias ou problemas aparentemente sem solução. Tem sempre alguém falando de carrões, de pequenas fortunas, como se o reino dos céus fosse aqui, regado a bens importados”, disse a jornalista, revelando que essa tinha sido a primeira vez que ia a um culto da Igreja Universal.
Há pouco tempo, o bispo Macedo se irritou com os celulares que tocaram durante um culto da denominação em que ele pregava um de seus sermões e amaldiçoou os aparelhos.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+