A forma como muitas igrejas atualmente buscam atrair novos membros tem sido alvo de debates no meio cristão, e não é por acaso, visto que determinadas estratégias de evangelismo parecem apelar bem mais para o emocional e interesses alheios ao Evangelho, do que para a verdadeira compreensão acerca de Cristo e o seu plano de salvação.
O pastor John Burton fez algumas críticas ao cenário atual em um artigo publicado recentemente, explicando como a figura de Jesus Cristo tem sido manipulada para agradar o público.
“Para atender às exigências da relevância, grande parte da igreja colocou uma roupa em Jesus, o envolveu com um laço e o desfilou pela passarela da moda, na esperança de que as pessoas gostassem do Seu estilo, achassem Ele atraente e assinassem a linha pontilhada da salvação”, disse Burton ao site Charisma News.
Se a ênfase da pregação não está nos fundamentos bíblicos, consequentemente o público atraído para dentro das igrejas é raso, sem maturidade bíblica e disposição de se entregar verdadeiramente ao Reino de Deus, acredita o pastor.
“Infelizmente, esse método de evangelismo provavelmente resultou em milhões de pessoas seguindo a Jesus sem uma condição de salvação. Existem muitos ‘jovens ricos’ por aí que foram recebidos de braços abertos pelos pregadores de hoje, mas que não entregaram tudo”, destaca Burton.
O pastor observa que algumas doutrinas perderam força nas igrejas, aparentemente, porque a preocupação maior de alguns líderes tem sido parecer mais aceitável aos olhos do mundo, e isso tem feito com que experiências genuínas com o Espírito Santo deixem de existir.
“O que aconteceu com o avivamento? E a indescritível glória de Deus que deveria estar inundando nossas igrejas? Onde estão as manifestações? As línguas de fogo? Na maioria das igrejas, extinta. Por quê? Porque não é relevante de acordo com as expectativas da cultura atual”, disse Burton, segundo o Charisma News.
“As manifestações do Espírito Santo irritam os pretendentes da igreja e repelem os zombadores fora da igreja. Em vez disso, muitos líderes adotaram um modelo de ministério ‘bem-sucedido’, que preenche os bancos enquanto diminui Jesus e considera a igreja impotente”, destacou.
Finalmente, o pastor afirma que o evangelismo precisa ser transparente e à luz da Bíblia, afinal, “nós não somos deste mundo. Deveríamos parar de imitá-lo. Nós somos alienígenas”, motivo pelo qual a pregação deve ser firme e compromissada com Cristo e não com os homens.
“Se você realmente quer ganhar os perdidos, deixa de lado as ilusões da relevância. Pregue em chamas. Ore em chamas. Evangelize em chamas. Adore em chamas. Faça tudo em chamas! Precisamos aumentar a temperatura, não abaixar, ao tentar alcançar os perdidos”, conclui.