A pandemia do novo coronavírus provocou mudanças no modo como as igrejas no mundo inteiro estão mantendo as suas atividades, o que inclui o direito de se reunir e cultuar a Deus. Todavia, em muitos lugares o atual contexto tem dado margem para abusos contra a liberdade religiosa. É o que está acontecendo, por exemplo, na Escócia.
27 líderes cristãos das mais diversas denominações da Escócia resolveram ingressar com um manifesto pela abertura das igrejas no país, mas não só isso. Eles repudiaram a associação da prática religiosa durante a pandemia à prática de crimes.
Participaram do manifesto denominações como a Igreja Livre da Escócia, a Igreja da Escócia e uma série de igrejas independentes. Em um documento enviado ao sistema judiciário do país, as igrejas alegam que as medidas restritivas contra o funcionamento dos templos violam a Convenção Europeia dos Direitos do Homem e a constituição escocesa.
O documento destaca que “o culto público corporativo, envolvendo a reunião física de cristãos… são aspectos fundamentais e indispensáveis de sua religião”. Os líderes religiosos citaram ainda uma Lei de 1592, que consta na Lei de 1706 para a Segurança da Religião Protestante e na Lei da Igreja da Escócia de 1921, a qual faz separação entre os assuntos da Igreja e do Estado.
Ou seja, eles defendem que a população deve ser livre para assumir a responsabilidade de ir ou não ao templo, desde que seguindo protocolos de segurança, mas sem o risco de acusações criminais por violação das medidas restritivas.
Dr. Ian Blenkharn, um microbiologista que também fundamenta o documento enviado pelos líderes das igrejas, explicou que não faz sentido proibir as celebrações religiosas, mas ao mesmo tempo permitir que os templos sejam usados para atividades de interesse do Estado.
Segundo Ian, é “ilógico propor que as instalações da igreja possam ser usadas para sessões de doadores de sangue, bancos de alimentos e outras atividades de apoio social e, se necessário, para testes de Covid-19 e atividades de vacinação”, mas não para adoração pública, segundo o International Christian Concern.