Colegiais, seminaristas, estudantes de Teologia, grupos populares, fiéis de igrejas protestantes e de congregações católicas caminharam, na sexta-feira, na Via-Crúcis do Migrante, evento que destacou as dificuldades e vexames que sofrem milhares de pessoas que se viram obrigadas a deixarem seus lares para buscar melhores condições de vida nos Estados Unidos.
Ao iniciar a via-crucis, que se realizou na praça da Constituição da Cidade da Guatemala, o sacerdote Mauro Verzeletti, secretário da Pastoral de Mobilidade Humana, expressou a profunda preocupação da igreja pelas ações de ameaças e de perseguições indiscriminadas da comunidade imigrante nos Estados Unidos, as violações aos direitos humanos e as deportações em massa. Só neste primeiro trimestre do ano, foram deportadas 6.128 pessoas para a Guatemala.
O religioso disse que a incoerência das políticas migratórias implementadas pelos Estados Unidos e a pouca vontade de negociação dos governos da região centro-americana, além do aumento das deportações, provocaram um clima de dor e incerteza para milhares de famílias, cuja sobrevivência depende das remessas, que serviam de “paliativo para enfrentar a crise econômica” instalada nos países da América Central.
Nas diversas estações da via-crucis foram condenadas e denunciadas a caçada e a criminalização dos migrantes, tratados, em muitos casos, como delinquentes ou criminosos, tanto nos países de trânsito como nos Estados Unidos. Verzeletti advogou que os controles fronteiriços para conter o fluxo migratório, baseados no reforço policial, na militarização e na construção de muros, devem terminar. “As fronteiras devem ser pontes de unidade em América”, afirmou o religioso.
A Pastoral da Mobilidade Humana da Conferência Episcopal e os grupos participantes na via-crúcis do migrante manifestaram sua solidariedade com migrantes e à luta pela defesa de seus direitos, respeito e dignidade.
Participantes da via-crúcis expressaram que é preciso que governos, a sociedade e as igrejas não devem calar ou ser indiferentes diante da dor e do sofrimento dos migrantes e suas famílias, e não “deixar que o cansaço vença a esperança de ter um mundo sem fronteiras, com justiça e igualdade para todos”.
Fonte: ALC / Gospel+