O Camarões, país localizado na África Central, está passando por um conflito político e militar por conta de movimentos separatistas, e no meio deles estão missionários e igrejas cristãs que estão tentando manter os trabalhos de evangelismo e tradução de Bíblias, mesmo após integrantes do Exército camaronês transformarem templos cristãos em bases militares.
Até o momento cerca de 2 mil pessoas já foram mortas e 170 aldeias queimadas, após Julius Ayuk Tabe, presidente do movimento separatista do Conselho de Governo da Ambazônia, declarar a independência da região contra o Governo camaronês de Paul Biya.
“Mais de 2 mil pessoas foram mortas desde o começo, e mais de 170 aldeias foram queimadas. Mais de 200 mil pessoas foram deslocadas, e mais de 100 mil pessoas estão refugiadas na Nigéria”, declarou Efi Tembon, diretor executivo da Associação dos Camarões para Tradução da Bíblia e Alfabetização, segundo informações do Christian Post.
Em algumas regiões, cerca de 400 tradutores da Bíblia foram deslocados. Muitos fugiram para florestas e estão escondidos em abrigos, já que há relatos de estupros e outras violências cometidas pelos militares contra os ingleses.
“Em algumas comunidades, a tradução parou“, disse Tembon. “Há mais pessoas morrendo nos arbustos do que mortas por balas, porque não têm acesso a cuidados médicos. Eles estão doentes com malária. As crianças estão morrendo de desnutrição e não têm comida. Muitos dos que fugiram nem sequer têm um lar para voltar”.
“Suas casas foram queimadas, membros da família foram mortos, estão vivendo em arbustos sem comida, sem roupas, sem necessidades básicas, e expostos a todo tipo de perigo”, acrescenta o missionário. Ele disse também que pastores foram mortos e templos cristãos tomados pelos militares, para transformá-los em base operacional.
Segundo o jornal português DW, um comerciante local confirmou o excesso de força do Governo. “O número de postos de controle é simplesmente insustentável. Como o Presidente anunciou que estava lutando contra terroristas, é como se ele tivesse libertado seus leões famintos, chamados militares, da sua cova”, disse Takem Ethel, de 32 anos.