O dilema vivenciado por 79 estudantes de uma escola presbiteriana em Camarões, na África, terminou de forma positiva, apesar dos traumas psicológico e até físico sofridos. Eles foram sequestrados por um grupo armado separatista poucos dias atrás, mas devido a pressão das autoridades e grande repercussão internacional, os terroristas decidiram liberta-los.
“Eles parecem cansados e psicologicamente torturados”, disse Fonki Samuel Forba, moderador da Igreja Presbiteriana do país. Ele informou que os adolescentes, com idades entre 11 e 17 anos, “foram levados ontem à noite para uma de nossas igrejas… perto de Bamenda (a capital regional)”.
O sequestro foi mais uma tentativa dos separatistas para criar um clima de caos no país, visando a criação de um estado independente do Governo atual. Em outra ocasião, a mesma escola precisou pagar um resgate de 2,5 milhões de francos camaroneses para os sequestradores.
Deben Tchoffo, governador da região onde está situada a escola presbiteriana, pediu a colaboração da população para identificar pessoas estranhas, garantindo que o Estado está fazendo o possível para manter a segurança dos cidadãos.
“Devo insistir que tomamos medidas suficientes para proteger as escolas, mas também precisamos da ajuda de todos”, disse ele. “Às pessoas devem informar os militares sempre que virem rostos estranhos em suas aldeias”.
O clima de insegurança e os constantes ataques às escolas, no entanto, forçaram a decisão do fechamento de várias unidades. Um dos pais dos alunos fez um desabafo, dizendo que “escolas são incendiadas todos os dias, nossos filhos torturados e seus professores mortos”.
O Governo americano se manifestou através de Tibor Nagy, secretário adjunto do Bureau de Assuntos Africanos do Departamento de Estado dos EUA, reconhecendo que o conflito é gerado por separatistas e o Governo camaronês. Neste sentido, a diplomacia americana pediu o diálogo das partes para cessar a guerra.
“Pedimos a todos os lados que acabem com a violência e entrem em um amplo diálogo reconciliatório sem precondições”, escreveu Nagy em seu Twitter oficial, segundo informações da Associated Press.