“Ele ressuscitou”. A frase que evidencia a divindade de Jesus Cristo foi pixada sobre o mural que trazia uma representação do nazareno decapitado, com a cabeça em uma bandeja, no Instituto Goethe, em Porto Alegre (RS).
A imagem da cabeça sobre a bandeja foi apagada e a frase, que no fundo é um protesto contra a exposição “Pixo/Grafite: Realidades Paralelas”, escrita com tinta spray sobre o mural dos artistas Rafael Augustaitiz e Amaro Abreu, de acordo com informações do portal Zero Hora.
A exposição já havia motivado enorme manifestação de repúdio da parte de diversos internautas, que criticaram o uso da arte como fachada para um movimento de subversão religiosa e desrespeito às representações da fé cristã. Um dos quadros com pixação mostra um pentagrama invertido acompanhado do número 666.
O Instituto Goethe inaugurou a mostra no dia 22 de março, sob o argumento de que a iniciativa iria “expor face a face trabalhos que se fundamentam em diferentes concepções sobre o modo de intervenção no espaço urbano e arquitetônico”.
Nas redes sociais, muitos usuários haviam se manifestado rejeitando a proposta da exposição na página do Instituto Goethe, que reagiu às críticas classificando essas manifestações de reprovação como “mensagens de ódio”. “Goethe-Institut Porto Alegre tem recebido nos últimos dias mensagens de ódio referentes ao projeto ‘Pixo/Grafite – realidades paralelas’, projeto realizado para discutir modalidades de street art. Em nenhum momento foi intenção do projeto ou do Instituto ofender sentimentos religiosos”, argumentou o instituto.
“Lamentamos manifestações que incitem o ódio e as ameaças à liberdade de expressão. Continuaremos com nossos esforços de incentivo à discussão e ao intercâmbio entre culturas, visões artísticas e diferentes formas do pensar. Continuamos de acreditar que a melhor forma de lutar contra a intolerância é a educação e a promoção do diálogo”, acrescentou a nota.
Em resposta à postura do instituto, o internauta Lúcio de Miranda publicou na página do instituto um comentário pontual: “Faz uma pintura de Cristo decapitado, uma clara manifestação de ódio ao cristianismo e aos cristãos, e depois ‘lamenta manifestações que incitem o ódio’. Pior, depois querem dialogar. O que vocês deveriam discutir, neste caso, é a ligação entre arte e satanismo, e não entre arte e religião, que é uma outra coisa”, frisou.