O pastor Gledson Lima, filmado destruindo peças de uma oferenda do candomblé, religião de matriz africana, foi indiciado por intolerância religiosa na última quarta-feira, 24 de fevereiro.
A delegada titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), Marcia Noeli, indiciou o líder da igreja situada no bairro Vila Cláudia, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense depois que o vídeo circulou nas redes sociais.
Na gravação, o pastor diz “vamos quebrando em nome de Jesus, quebra de maldição” enquanto destrói os recipientes usados nas oferendas dos candomblecistas, conforme informações do portal Metrópoles.
O caso chegou ao conhecimento da Polícia Civil, que investigou e descobriu que os itens pertenciam a um terreiro situado no mesmo bairro da igreja liderada por Gledson.
O babalorixá Natan de Oxaguiã, do Ilê Àsé Babá Min Okan Fun Fun, responsável por registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.) na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), afirmou que a atitude do pastor termina incentivando outros atos de intolerância contra a sua religião: “Os alimentos nos alguidares, as bebidas são oferecidos como presentes, em agradecimento à ancestralidade, portanto, são sagrados. A postura dele acaba por exercer influência diante de outros, que não conhecem a religião e não aprendem a respeitar”, queixou-se.
Com o indiciamento, o pastor poderá ser processado e, caso seja condenado por intolerância religiosa, o artigo 208 do Código Penal prevê pena de ate dois anos de prisão ou multa por vilipêndio de objeto de culto religioso.