Se por um lado a perseguição religiosa aos cristãos é um mal que deve ser lamentado e combatido por causar extremo sofrimento a milhões de pessoas, por outro ela tem servido para revelar a verdade acerca da Palavra de Deus ao mundo, demonstrando a real natureza de Cristo, sua morte e ressurreição, também, para os muçulmanos.
É isso o que está acontecendo com milhares de iranianos. Fugidos do radicalismo islâmico no Irã, muitos estão ouvindo o Evangelho de Cristo na Turquia, onde a liberdade religiosa é maior e igrejas cristãs possuem alguma proteção do Estado.
Isso é possível porque Deus tem usado pessoas como o pastor americano Karl Vickery, que com a ajuda de tradutores dirige uma congregação em um hotel de Denizli, na Turquia. “Eu não sou famoso ou rico. Mas eu conheço Jesus. Eu tenho Jesus”, disse um dos convertidos, segundo a NPR.
A maioria dos convertidos são refugiados do Irã, de onde partiram para se livrar da intolerância religiosa e tradições que menosprezam, por exemplo, o valor da figura feminina se comparado ao dos homens.
“O número de refugiados iranianos que se converteram cresceu enormemente ao longo dos anos. Uma pequena igreja composta de 20 a 30 famílias se tornou uma congregação muito maior que abriga 80 a 100 pessoas em um domingo regular”, confirma Sebnem Koser Akcapar, professor de sociologia na Universidade de Koç, em Istambul.
Farzana, uma mulher convertida que não teve seu sobrenome revelado por razões de segurança, disse que a intolerância e desrespeito para com às mulheres contribuiu para sua decisão. “Principalmente por causa disso, fiquei desiludida com o Islã”, disse ela.
Ela se divorciou do marido porque era violento e acabou perdendo a guarda dos filhos por decisão da justiça. “Aquele juiz sentado e dando ordens estava completamente do lado dos homens. Em todo lugar no Irã os homens vêm antes das mulheres”, conta a refugiada, que agora segue a Jesus Cristo.
O sentimento de opressão política e religiosa foi sentido por milhares de iranianos. Um deles foi um famoso atleta local que decidiu não revelar seu nome, mas que atualmente vive e atua em uma igreja evangélica na Turquia.
“O sistema de autoridade no Irã colocou os iranianos sob muita pressão, e eles não veem nenhuma esperança. Eles estão em busca de Deus, mas eles querem encontrar outro caminho porque estão descontentes com as opções que eles têm”, disse o atleta, membro da congregação Denizli.