Jerusalém, cidade considerada sagrada por seguidores das principais religiões do mundo, abriga uma curiosidade inusitada: contratos de locação de imóveis que preveem a chegada do Messias.
Diversos contratos de aluguel de casas e estabelecimentos firmados entre proprietários e inquilinos possuem uma cláusula que obriga o locatário a desocupar o imóvel caso o Messias esperado pelos judeus chegue à cidade.
A maioria dos proprietários dos imóveis alugados sob esta condição pertencem a judeus religiosos que vivem no exterior. Estes fiéis ao judaísmo têm em mente a preocupação em participar do reinado do Messias, que construiria o terceiro templo e transformaria Israel no paraíso.
De acordo com o CS Monitor, essa expectativa dos proprietários parte das escrituras judaicas, que profetizam a paz completa em Israel, sem mais roubos, guerras e mortes, e a reconstrução do Templo de Jerusalém, atualmente reduzido ao Muro das Lamentações. Esse período, descrito como Olam Haba, ou o Mundo Vindouro, coincidiria também com o retorno de todos os judeus do mundo à sua pátria.
Como os contratos são fechados apenas entre as partes, sem a obrigação de registro junto à administração pública da cidade, não há uma estatística de quantos imóveis estão alugados sob estas condições.
Os contratos rezam ainda uma referência ao Antigo Testamento como forma de definir se o Messias chegou e o locatário precisa desocupar o imóvel. Essa medida é uma forma de evitar confusão e disputas judiciais, e foi tomada pelo exemplo da crença dos cristãos de que Jesus Cristo é o Messias. Como os judeus não o reconhecem como o Filho de Deus, seu mashiach ainda não chegou.
“Quando ele vier, nós vamos saber”, assegura uma das proprietárias.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+