O ex-vice-presidente Joe Biden prometeu reverter uma série de decretos do presidente Donald Trump e desfazer iniciativas pró-vida do governo caso ele seja confirmado vencedor da eleição.
Embora os resultados oficiais da eleição presidencial de 2020 permaneçam incertos, Biden vem sendo apontado pela imprensa. Sua equipe já revelou uma “agenda da administração Biden”, que inclui uma seção sobre “ações executivas iniciais”, com informações sobre a reversão de decretos de Trump contra o aborto.
De acordo com o documento, Biden iria “reverter as ações de Trump sobre aborto e saúde reprodutiva, incluindo a reversão da Política da Cidade do México, restaurando o financiamento para a Planned Parenthood e cobertura anticoncepcional sob a ACA”.
A Política da Cidade do México, sancionada pela primeira vez pelo presidente Ronald Reagan, exige que as organizações não governamentais estrangeiras prometam não “realizar ou promover ativamente o aborto como método de planejamento familiar” usando o dinheiro do contribuinte americano.
O portal The Christian Post informou que a promessa de Biden de reverter a Política da Cidade do México é consistente com as ações dos dois presidentes democratas anteriores.
O ex-presidente Bill Clinton, do Partido Democrata, rescindiu a Política da Cidade do México ao assumir o cargo em 1993. Seu sucessor, o presidente republicano George W. Bush, restabeleceu a política após assumir a presidência em 2001, após uma disputa na apuração idêntica à atual.
O ex-presidente democrata Barack Obama rescindiu a Política da Cidade do México quando seu primeiro mandato começou em 2009. Trump restabeleceu a política logo após assumir o cargo, quase quatro anos atrás.
Pró-vida
No início de 2020, Trump propôs expandir a Política da Cidade do México para ser aplicada a todos os contratos e subcontratos que fornecem financiamento global para a saúde.
Antes disso, seu governo implementou uma regra chamada “Proteger a Vida”, impedindo as unidades de saúde que recebem fundos de planejamento familiar do Título X de realizarem, promoverem ou referirem-se ao aborto como método de prevenção à gravidez indesejada.
Ao invés de cumprir a regra, a Planned Parenthood, a maior empresa de aborto do país, retirou-se do programa Título X. A promessa de Biden de restaurar o financiamento da empresa indica que a regra de proteger a vida seria posta de lado em seu governo.
Parte dessas medidas podem obrigar entidades religiosas a ter que pagar pela cobertura de controle de natalidade nos planos de saúde de seus funcionários, em violação de suas crenças religiosas, o que de antemão vem causando preocupação na ala conservadora da sociedade.
Marjorie Dannenfelser, ativista pró-vida, avisou anteriormente que Biden e a candidata a vice-presidente Kamala Harris, “começariam imediatamente a reverter os ganhos pró-vida do presidente Trump”, e acrescentou que os dois “constituem a chapa presidencial mais pró-aborto da história americana”.
Brian Burch, presidente da organização de defesa baseada na fé CatholicVote, observou que Biden apóia “forçar entidades religiosas católicas como as Little Sisters of the Poor a fornecerem medicamentos para o aborto em seus planos de saúde”.
Ele citou a postura do candidato democrata em relação aos empregadores religiosos como evidência de que “uma chapa Biden-Harris ameaça os valores que os católicos deste país mais prezam”.