Rachel Scheherazade retornou de férias à bancada do SBT Brasil, mas encontrou limitações à sua função e disse ter sentido falta do espaço de opinião que a tornou nacionalmente conhecida. A imposição da direção de jornalismo da emissora se deveu às recentes polêmicas protagonizadas pela jornalista.
“Há quatro anos, tenho me posicionado no telejornalismo. É claro que senti falta do espaço de opinião”, afirmou Scheherazade, numa entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
A censura às opiniões de Rachel foi criticada pelo pastor Silas Malafaia, que classificou o episódio como “vergonhoso”, em seu perfil no Twitter.
Scheherazade se tornou o centro das atenções recentemente por dizer que era compreensível a atitude de cidadãos “justiceiros” que se dispunham a fazer justiça com as próprias mãos por conta da “ausência do Estado”. Na ocasião, um menor de idade – a quem a jornalista se referiu como “marginalzinho” – havia sido amarrado nu a um poste. Partidos como PT e PCdoB fizeram representações junto ao Ministério Público contra a jornalista, acusando-a de incitação ao crime.
A apresentadora do SBT Brasil afirmou que a proibição de suas opiniões é uma mudança relevante em relação à proposta feita a ela quando da sua contratação: “Quando me contratou, a empresa foi muito clara. O SBT queria minhas opiniões”, afirmou Rachel Scheherazade, que ressaltou sua disposição em cumprir o que foi determinado: “Não cabe a mim discordar de uma determinação da emissora. Não fui contratada para definir as estratégias da empresa, o formato do jornal nem os rumos do jornalismo”.
Segundo a jornalista Keila Jimenez, da coluna Outro Canal, no site da Folha de S. Paulo, o episódio aumentou a pressão nos bastidores do SBT para que Rachel seja demitida: “É grande a pressão no jornalismo do SBT para que Rachel Sheherazade seja dispensada da emissora. No entanto, quem conhece Silvio Santos, que contratou a âncora, sabe que isso pode fortalecê-la ainda mais no canal”, escreveu Jimenez.
Defesa
A missionária e jornalista Raquel Elana, colunista do Gospel+, publicou artigo em defesa da liberdade de expressão e, consequentemente, da jornalista do SBT: “Deixem a Rachel falar. Afinal, opiniões divergentes fazem parte de uma verdadeira democracia. Deixem a Rachel falar, gente! Ou será que esta perseguição da mídia comprada se dá pelo fato de que ela não esconde sua fé em Deus? Deixem a Rachel falar. Pode ser que o efeito rebote fortaleça a jornalista evangélica e ela acabe recebendo mais apoio do que reprovação. Deixem a Rachel falar. Pois aqueles que a perseguem hoje, podem bem nos perseguir amanhã”, opinou.
Leia a íntegra do artigo “Deixe a Rachel falar” neste link.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+