Os jovens evangélicos de hoje estão se tornando mais liberais? Um novo livro publicado por um cientista político mostra que a postura conservadora no meio cristão não é exclusividade dos mais velhos.
Jeremiah Castle, da Universidade de Michigan, realizou um estudo e publicou suas descobertas no livro Rock of Ages: Subcultural Religious Identity and Public Opinion among Young Evangelicals (“Base sólida: Identidade Religiosa Subcultural e Opinião Pública entre Jovens Evangélicos”, em tradução livre).
O autor considera que os jovens evangélicos possuem a mesma identificação ideológica, política, visões de mundo e prioridades que os fiéis mais velhos, com oposição ao aborto, por exemplo.
No estudo, porém, os entrevistados de 18 a 29 anos se mostraram mais liberais do que as gerações anteriores de jovens desse segmento em questões como casamento gay, imigração e assistência social.
Ainda assim, essa postura liberal sobre o casamento gay não é maioria: 51% dos jovens se opõem à união entre pessoas do mesmo sexo, em comparação com 73% dos evangélicos com 75 anos ou mais.
Sobre imigração, apenas 32% dos jovens acreditam que os imigrantes tornam a sociedade pior. Em comparação, 68% dos evangélicos com 65 anos ou mais, entende que a imigração piora o país.
Na ajuda do governo aos pobres, os jovens também são mais liberais. Quando perguntados se a assistência social faz mais mal do que bem, 54% dos jovens evangélicos responderam mais mal do que bem, em comparação com 62% para as faixas etárias de 30 a 49 e 50 a 64 anos.
“Em resumo, os resultados lançam sérias dúvidas sobre os relatos gerais de uma nova geração de jovens evangélicos liberais”, concluiu Jeremiah Castle.
De acordo com informações do portal The Christian Post, embora alguns tenham notado uma mudança de prioridades para parte dos jovens evangélicos, como uma ênfase maior em cuidar dos pobres como parte de sua atuação cidadã, o cientista político não encontrou esse padrão nos dados da pesquisa, observando que os jovens ligados às igrejas evangélicas “continuam classificar a imigração, a diferença de riqueza e o meio ambiente razoavelmente baixos em termos de preocupações com as questões”.