Um pastor teve sua conduta questionada pelo Ministério Público em relação à pandemia de Covid-19 e a Justiça ordenou que ele cumpra o isolamento social. O imbróglio começou quando o pastor decidiu negar que um paciente diagnosticado com a doença estivesse realmente doente.
O caso envolve o pastor Rui da Silva Abreu, da Assembleia de Deus, e um paciente diagnosticado com o novo coronavírus em Lagoa da Confusão (TO).
O líder evangélico publicou um vídeo dizendo que um morador da cidade que foi diagnosticado com Covid-19 não tinha a doença, e a promotora Munique Teixeira Vaz procurou a Justiça alegando que sua atitude prejudicou o combate à pandemia.
Lagoa da Confusão tem 17 casos confirmados da doença, e o prefeito da cidade decretou medidas de confinamento até 28 de junho. Agora, de acordo com a Justiça, o pastor Abreu e o paciente diagnosticado com Covid-19 deve cumprir isolamento até essa data.
De acordo com informações do portal G1, a decisão da Justiça determina que o pastor se abstenha de “promover cultos ou reuniões religiosas de qualquer natureza e que causem aglomerações de pessoas”. Antes da decisão, Abreu vinha ignorando a suspensão dos cultos presenciais e realizava reuniões com até 200 pessoas.
“As autoridades sanitárias, os médicos, os agentes de vigilância do município ficaram extremamente chateados e desestimulados com a divulgação de uma informação inverídica”, comentou a promotora Munique Teixeira Vaz, explicando o motivo de ter recorrido à Justiça.
O caso chegou ao conhecimento de Teixeira Vaz através do secretário de saúde de Lagoa da Confusão, Edvaldo Almeida Lima, queixando-se que o pastor estava exibindo um teste particular com diagnóstico negativo feito por um paciente que havia testado positivo nos testes providos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Isso causou um transtorno muito grande. Tudo que a gente não precisa é a disseminação de informações erradas”, comentou a promotora, que chegou a pedir que o pastor seja condenado por danos morais coletivos no valor de R$ 500 mil.
Por enquanto, a Justiça decidiu que se o pastor descumprir o isolamento, poderá ser processado por crime de desobediência e pagar multa que varia entre R$ 2 mil e R$ 60 mil.