Uma história incrível marca a vida de Keith “Duke” Schneider, um ex-lutador de wrestling (modalidade de luta agarrada tradicional nos Estados Unidos) peso pesado que antes de entregar a sua vida para Cristo havia se tornado líder do maior grupo neonazista da América Latina na região onde morava, no Brooklin.
Schneider dedicou sua vida para a luta, devido ao seu porte físico e aptidão para esportes de disputa corpo-a-corpo, o que lhe rendeu o apelido de “Pitbull”. Parte dessa afinidade, no entanto, foi devido aos traumas que vivenciou durante sua infância, com uma mãe violenta que o desprezava por lembrar do seu marido que havia abandonado a família.
Quando criança, ele também era espancado por sua irmã mais velha e aos pouco foi criando em si um sentimento de revolta que mais tarde encontrou identificação com o Movimento Nacional Socialista, um grupo seguidor da ideologia nazista criada pelo genocida Adolf Hitler. “Por que eu não posso ser tão duro como eles eram?”, pensou Schneider na época.
Após se aposentar das lutas, no entanto, Schneider precisava ganhar dinheiro para se sustentar. Foi quando ele conheceu durante uma sessão de autógrafos a Sra. Boone, a apresentadora de um pequeno canal de TV a cabo que já havia feito até um filme de terror. Ela estava sofrendo ameaças do seu ex-marido e precisava de um guarda-costas.
Schneider aceitou a proposta e começou a acompanhar a Sra. Boone nos estabelecimentos comerciais, até que um dia ela precisou ir morar em um quarto em sua própria casa, por segurança.
Os dois desenvolveram uma amizade, ao mesmo tempo em que Schneider participava de reuniões neonazistas em várias partes do país, tendo ao seu comando cerca de 100 homens prontos para lhe obedecer. Eles só não sabiam do segredo guardado pelo líder, de que havia uma mulher negra e cristã dentro debaixo do seu teto.
“Eu rezo para que ele volte em segurança e eu rezo para que ele saia desse movimento”, disse a Sra. Boone ao The New York Times, lembrando dos momentos que ficava sozinha na casa, orando por Schneider quando ele saia para se encontrar com os companheiros neonazistas.
“Fui um dos homens mais perversos que já existiram”, disse Schneider. “Eu não estava servindo a Deus. Eu estava servindo a Satanás servindo a Hitler”.
Transformação e testemunho
A vida de Schneider mudou quando ele teve o diagnóstico de um câncer na tireoide. Um tumor de 8 centímetros e a afirmação de que havia metástase em seu corpo fez o “Pitbull” perceber a fragilidade da sua vida.
Foi nesse momento que o testemunho cristão de Boone fez a diferença na vida do gigante. “Era a única [pessoa] que me fazia sentir que havia alguma esperança”, lembra Schneider sobre a amiga. “Imaginei que estava prestes a morrer”.
Ele aceitou que o pastor de Boone fosse à sua casa orar por ele. O ministro intercedeu pela cura e no domingo Schneider foi para o culto na igreja, onde aceitou a Cristo, confessando seus pecados para Deus e se arrependendo de todos eles.
De volta ao hospital para fazer a cirurgia de remoção do tumor, os médicos disseram que o tumor era benigno. Um milagre havia sido feito na vida de Schneider no momento em que ele renunciou a ideologia neonazista. Ainda no hospital ele disse para Boone: “Assim que eu recuperar minhas forças, vamos nos casar.” .
Atualmente Schneider e Boone são casados há quatro anos e ele trabalha como segurança dos judeus, nas sinagogas do Brooklin. “Eu queria que meus antigos camaradas soubessem que essa mulher negra é minha esposa. Sim, amarei essa mulher para sempre e estou renunciando ao nacional-socialismo”, disse ele.