O cenário de polarização entre conservadorismo e progressismo que dominou a arena política não se faz presente apenas no Brasil, mas também nos Estados Unidos e outros países. Diante disso, o pastor e teólogo John Piper comentou que a função primária do cristão é se dedicar à divulgação do Evangelho, mas exercer a contracultura também é uma tarefa dos fiéis.
Em seu podcast Ask Pastor John (“Pergunte ao pastor John”, em tradução do inglês), Piper enfatizou que “a condição espiritual da alma de uma pessoa é infinitamente mais importante do que qualquer transação política na face da terra” ao ser questionado porque evita se envolver em debates políticos.
“Quando as redes sociais estão pegando fogo com uma nova controvérsia, onde está o Piper? Ele está citando versículos bíblicos, como se ele nem soubesse o que está acontecendo”, brincou o pastor, reconhecendo que deixa de lado o assunto por uma característica pessoal, mas que reconhece que é importante que outros colegas de ministério sintam-se à vontade para se posicionar.
Na sequência, usou uma frase do escritor C.S. Lewis para reforçar sua posição: “A salvação de uma alma é mais importante que a produção ou preservação de todos os épicos e tragédias do mundo”.
“Minha atmosfera é a do Novo Testamento. Sinto que a maioria das questões políticas e econômicas são muito complicadas. Portanto, não tenho autoridade para dar uma resposta bíblica sobre estratégias específicas para resolver vários desses problemas”, acrescentou.
“Eu sou chamado para a gigantesca tarefa de entender as Escrituras e pregar o que elas significam em seu contexto original, para então aplicá-las à vida real das pessoas… Sou cem vezes mais apaixonado por formar cristãos e igrejas que sejam fiéis, bíblicos, contraculturais e espiritualmente conscientes numa nação que eventualmente pode ser socialista, muçulmana ou comunista. Eu quero ajudar a Igreja a ser o posto avançado radical do reino de Cristo, não importa em que tipo de nação esteja, seja nos EUA ou em qualquer outro país no mundo”, frisou.
Palavra de Deus
A atriz Priscilla Shirer, que interpretou a personagem Elizabeth no filme Quarto de Guerra, comentou a guerra de classes que vem sendo travada nos Estados Unidos a partir do viés racial, e estimulou os cristãos a embasarem suas identidades a partir da Bíblia Sagrada, e não da qualquer que seja a ideologia política.
A declaração foi feita durante uma pregação de Priscilla, e o vídeo publicado no Facebook pelo pastor Chuck Bernal, fundador da Igreja LifePointe, no Texas (EUA) já tem mais de 7,2 milhões de visualizações.
“Eu não me descrevo como uma mulher negra, porque isso dá muito poder à minha negritude”, disse Priscilla. “Eu não quero que a minha raça seja o adjetivo que define quem eu sou como mulher. Eu não sou uma mulher negra. Eu sou uma mulher cristã que por acaso é negra. Se houver um adjetivo me descrevendo, não será de minha raça, será de uma mulher que acredita que cada coisa que Deus tem declarado é verdadeira”, acrescentou.
Priscilla Shirer enfatizou que os cristãos devem abraçar sua identidade sob a cruz acima de raça, cultura ou ideologia política: “Você pode ser uma mulher negra, um homem negro, uma mulher branca, um homem branco, mas isso não deve definir você. Se sua raça ou seu partido político está indo em uma direção diferente da Palavra de Deus, você não deve escolher sua raça ou qualquer cultura que você faça parte. Você não deve escolher nada disso acima do que Deus declara ser verdade”, conceituou.
“Deus não anda nas costas de burros ou elefantes. Ele não veio para tomar partido. Ele veio para assumir o controle”, finalizou.