Líderes evangélicos se posicionaram contra a lei estabelecida pelo governo de Uganda que criminaliza a prática homossexual e prevê pena de prisão perpétua para quem mantiver relações sexuais com pessoas do mesmo gênero.
De acordo com Russel D. Moore, presidente da Comissão de Liberdade de Ética Religiosa, e Andrew Walker, diretor de estudos políticos da mesma entidade, um governo que criminaliza a homossexualidade “ultrapassou seus limites de forma drástica e injusta”.
A opinião foi externada num comunicado divulgado recentemente pela entidade, que é ligada à Convenção das Igrejas Batistas do Sul dos Estados Unidos.
No texto, os líderes fazem questão de frisar que mantém-se alinhados a visão bíblica da sexualidade, mas que a homossexualidade não deveria ser alvo de legislações.
“A sexualidade deve ser expressa somente dentro da união de uma só carne do casamento de um homem com uma mulher. Qualquer outra coisa é um pecado contra Deus. A igreja tem acreditado nisso, e sempre vai acreditar, porque a Bíblia ensina […] Ao mesmo tempo, acreditamos que leis criminalizando a atividade homossexual são injustas e uma afronta à imagem de Deus incorporada em todas as pessoas”, diz o comunicado.
A lei aprovada em Uganda no último 24 de fevereiro é similar a uma determinação implantada na Nigéria, onde está prevista a prisão por 10 anos para casais homossexuais que forem pegos beijando em público ou frequentando casas noturnas voltadas ao público gay.
Segundo informações do Urban Christian News, a Organização das Nações Unidas (ONU) contabiliza 78 países que têm leis que criminalizam o comportamento homossexual.
“Nem tudo o que é pecado é crime”, disseram os líderes evangélicos. “Sim, nós acreditamos que toda atividade sexual fora do casamento (definido por Jesus, não pelo Supremo Tribunal Federal) está errado. Também acreditamos que a resposta a esse pecado não é encontrado em algum estado policial, mas na boa notícia de que Deus reconcilia os pecadores como nós a si mesmo através do sangue derramado e a vida contínua em Jesus Cristo”, pontuaram Moore e Walker, antes de frisar que a missão dos cristãos “não é prender e perseguir aqueles que estão andando contrários às Escrituras, mas em vez disso a nossa missão é amar e persuadir. Nossa missão é sermos embaixadores da reconciliação – uma missão que exige tanto a definição de pecado e ofereça misericórdia (2 Coríntios 5:18-19). Isso não pode ser feito por meio da coerção ou ameaças de um estado policial, mas apenas pelo persuasivo. poder da convicção do Espírito Santo”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+