O chocante assassinato da pastora Odete Rosalina Machado da Costa, de 79 anos, mãe de Delino Marçal, aos poucos vai sendo esclarecido. Uma testemunha do crime afirmou que, no momento da invasão do templo, ela orou para tentar afastar o agressor.
Um fiel, que estava no templo junto com a pastora às 05h10 da manhã da última sexta-feira, 14 de janeiro, numa reunião de oração, afirmou que o homem que invadiu o local estava transtornado, nu e quebrou uma grade externa antes de pular o muro da igreja.
Enquanto isso, o fiel e a pastora passaram a orar em voz alta, pedindo a Deus que afastasse o invasor, que respondeu em tom de deboche: “Sai pra lá crente do satanás”.
Nesse momento, o invasor tentou agredir o fiel com uma barra de ferro retirada da grade que o próprio danificou, mas o homem se defendeu com as cadeiras de plástico do templo.
A mãe de Delino Marçal e o fiel passaram a correr dentro do templo para tentar se defender, e o invasor passou a destruir tudo que encontrava pela frente. Quando os dois deixaram o templo, o fiel correu para a casa da pastora em busca de ajuda das filhas dela, que moram próximo à igreja.
Porém, nesse ínterim, o invasor encontrou a pastora na calçada e desferiu diversos golpes com a barra de ferro. Quando as filhas chegaram, a encontraram caída e sangrando, mas ainda com vida.
Um pedido de socorro foi feito aos serviços de emergência, e a pastora tentou falar algo para as filhas, mas acabou falecendo no colo de uma delas, na calçada, cerca de 20 minutos depois, antes que a ambulância chegasse, conforme informações do G1.
Segundo informações do portal Metrópoles, o invasor foi identificado como Matheus Macaubas Lima Santos, que foi abordado pela PM nas redondezas, nu, e tentou agredir os policiais. A prisão em flagrante foi convertida em preventiva pela Justiça, para que ele permaneça detido até o fim das investigações e processo.
Em depoimento, o fiel que orava com a mãe de Delino Marçal e a deixou para trás, sozinha, disse que precisava buscar ajuda, pois ele não teria condições de lutar contra o invasor, que tinha porte físico maior.
O delegado André Veloso, da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), afirmou que pediu um laudo psiquiátrico para saber se Matheus cometeu o crime sob efeito de drogas ou de um surto psicótico, ou mesmo ambos os fatores.
Ele será indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil, além de lesão corporal e desacato contra os militares. No momento de seu interrogatório, Matheus se recusou a passar seus dados pessoais, não respondeu as perguntas e recusou vestir roupas ao chegar ao Instituto Médico Legal (IML) para passar por um exame.