O apoio de Silas Malafaia a Jair Bolsonaro (PSL-RJ), parece agora, ser oficial. E o pastor pretende mobilizar toda sua rede de influência nas mídias sociais para alavancar a candidatura do deputado federal, quando a campanha começar.
Em entrevista ao jornal O Globo, o pastor explicou que sua postura aliada ao pré-candidato de direita se dá pela identificação de princípios: “Bolsonaro é o único que defende diretamente a ideologia da direita. Ele encarna os valores mais caros ao nosso povo na questão dos costumes. Pode anotar, 80% do voto evangélico irá para Bolsonaro nestas eleições”, declarou.
O pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) não fugiu da pergunta sobre sua manifestação, em 2017, em apoio à pré-candidatura de João Doria (PSDB), prefeito de São Paulo, que não foi para frente por causa da decisão do partido em lançar Geraldo Alckmin. Segundo Malafaia, Doria saiu do páreo por falta de empatia com o resto do Brasil: “Ele só precisava ser menos almofadinha, disse isso a ele”.
A disputa pelo Palácio do Planalto, segundo Malafaia, será diferente de anos anteriores por causa da provável ausência de Lula (PT) no pleito: “Se ele fosse candidato, não haveria esta proporção [de 80% dos votos evangélicos para Bolsonaro] porque parte do voto popular evangélico iria para o petista graças ao Bolsa Família”, ponderou.
O apoio de Malafaia a Bolsonaro inclui, ainda, uma sugestão sobre o vice na chapa. Para o pastor, seria mais rentável em termos eleitorais se uma mulher fosse escolhida, para reduzir a rejeição do eleitorado feminino. O pastor acredita que Magno Malta será mais útil se reeleito como senador: “Magno não agrega. Esse apoio evangélico, Bolsonaro já terá sem um vice do segmento”, explicou.
Atacar
Malafaia afirmou que pretende repetir um método utilizado nas eleições municipais de 2016, quando atacou adversários ao invés de pedir votos para seus candidatos. A técnica, usada por Dilma Rousseff (PT) em 2014 contra Marina Silva (à época no PSB), é vista como mais eficaz do ponto de vista do marketing.
Para isso, suas redes sociais serão amplamente usadas na campanha, já que possui milhões de seguidores no Twitter, Instagram e Facebook, além de um canal no YouTube com mais de 30 milhões de visualizações.
“Vou continuar jogando pesado nas redes sociais. O [governador Geraldo] Alckmin deu mole para a gente ao fazer sinalizações para o movimento gay. A Marina [Silva] também vai ‘apanhar’ muito de mim. Em 2010, já tinha deixado de apoiá-la quando ela disse que faria um plebiscito sobre aborto, caso eleita”, sinalizou Malafaia.