Evitar um precedente perigoso para a igreja no Brasil. Esse é o argumento que o pastor Silas Malafaia apresentou para defender sua postura de resistência às medidas de quarentena estabelecidas pelas autoridades do Poder Executivo.
O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) voltou a mencionar a proteção constitucional aos templos religiosos e destacou que era preciso traçar uma linha limítrofe para a atuação de prefeitos e governadores, mesmo em situação de pandemia do novo coronavírus.
“Eu sei o que eu estava querendo – apesar de minhas limitações e mediocridades, Deus tem me dado um certo discernimento – só Justiça pode parar culto e fechar igreja. Aprenda: não é igreja evangélica, não. As religiões têm um tratamento diferenciado na Constituição brasileira. O lugar do culto é inviolável e tem a proteção do Estado”, afirmou Malafaia em vídeo.
O pastor diz que sua postura impediu excessos: “Sabe o que estava acontecendo? Um monte de prefeito e governador baixando decreto para fechar igreja, totalmente, parar culto e fechar igreja. [Eles] não têm autoridade para fazer isso. Desobediência civil uma vírgula!”, disparou.
“Sabe o que ia acontecer depois disso se eu não me manifesto? Qualquer prefeito e governador que quisesse fechar igreja por qualquer coisa se acharia no direito. O que aconteceu? Eu provoquei a Justiça para se posicionar. E o que a Justiça falou? Para culto, mas não fecha a igreja. Se Polícia chegar aí dizendo que tem que fechar totalmente a igreja [cobre o] mandado judicial”, orientou o líder pentecostal.
Em outro ponto do vídeo, Malafaia declarou que a igreja exerce um papel fundamental para a sociedade, e que o fechamento das igrejas seria contraproducente: “Parar culto, ok. Fechar igreja, jamais. A Justiça reconhece que a igreja é um hospital espiritual e emocional. Por isso que eu falei aqui ‘vou ampliar o espaço e o atendimento pastoral na igreja que sou pastor’. Aqui na sede, no Rio de Janeiro, atendimento pastoral e igreja aberta. Não é para fazer culto, [mas] para a pessoa entrar, orar, pedir ajuda”.
“Sabe o que aconteceu domingo agora, dia 22? Um monte de gente procurou a nossa igreja, e as nossas igrejas no Brasil com pânico, com medo, pensando em suicídio e pedindo oração. Lamento o pastor que trancou tudo na igreja”, concluiu o pastor.