O enfrentamento das autoridades à pandemia de coronavírus vem sendo marcado pelo confronto entre a imprensa da grande mídia juntamente aos governadores de São Paulo e Rio de Janeiro contra o presidente Jair Bolsonaro. Um dos pontos de embate é o uso da cloroquina no tratamento dos pacientes infectados.
Conforme médicos privados nacionais e internacionais passaram a fazer relatos de uso bem-sucedido da cloroquina, associada a outros remédios, como azitromicina e zinco, o governo federal – através do Ministério da Saúde – autorizou a ampliação da aplicação nos pacientes com a covid-19 no Brasil.
Na última quarta-feira, o governador paulista João Doria (PSDB) decidiu contrapor as críticas que vem recebendo por manter uma rígida quarentena no estado afirmando que foi o médico que o aconselha na crise, o infectologista David Uip, que havia sugerido no dia 02 de abril a cloroquina ao ministro Luiz Henrique Mandetta.
A fala de Doria foi interpretada como uma tentativa de se colocar como defensor do uso do medicamento desde antes das diretrizes estipuladas pelo governo federal. Diante disso, o pastor Silas Malafaia gravou um vídeo recapitulando os fatos relacionados à cloroquina, e referiu-se à postura do governador paulista como um “show de hipocrisia, cinismo e mentira”.
O pastor destacou que a narrativa de sugestão para o ministro da saúde sobre o uso da hidroxicloroquina não se sustentava, já que o próprio infectologista inicialmente se recusou a admitir que vinha usando desde que foi afastado das funções por ter sido diagnosticado com o novo coronavírus.
Malafaia lembrou de uma entrevista em que o apresentador José Luiz Datena, da Band, insistiu no assunto: “Datena apertando o tal do doutor David Uip e o cinismo de não responder porque ainda não tinha combinado com o chefe, Doria, e isso ia beneficiar as falas de Bolsonaro sobre o uso de cloroquina”, observou.
Após apresentar falas do próprio David Uip e do ministro Luiz Henrique Mandetta sobre o assunto, Malafaia mostrou como a imprensa vinha noticiando a insistência do presidente da República em referir o uso do medicamento para o tratamento dos infectados que manifestavam sintomas: “Bolsonaro deu uma palavra sobre o uso desse medicamento no dia 21 de março. Gente, querer dizer […] que esses caras não estão politizando essa coisa de coronavírus… tanto a imprensa quanto esse governador, esse cínico do Doria”, disparou.
O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) reiterou que Bolsonaro “foi o primeiro a abrir a boca para falar, [e] debocharam, riram, ridicularizaram, e agora estão achando que tem que ser usado, não é?”, ironizou.
“Esses governadores e prefeitos vão querer dizer que foi a quarentena deles que evitou uma mortandade geral. Mentira, cinismo. A quarentena desses caras é de meia-tigela. Não protege pobre, não protege transportes públicos. Eu atribuo não ter uma desgraça no país a Deus, o nosso clima e até o organismo do brasileiro”, finalizou.