A locação de horários para igrejas evangélicas virou uma fonte de renda indispensável para o Grupo Bandeirantes, que apenas na Band arrecada mais de R$ 300 milhões por ano.
Há pouco menos de dois anos, o mercado publicitário estimava que a emissora faturava, anualmente, cerca de R$ 150 milhões com a locação da grade para os líderes evangélicos.
Agora, o montante dobrou, devido aos reajustes impostos pela direção da emissora às igrejas que ainda se valem desse recurso, como o caso da Universal do Reino de Deus e Internacional da Graça de Deus, de Macedo e Soares, respectivamente, e da Associação Vitória em Cristo, que exibe o programa do pastor Silas Malafaia.
Quem mais sentiu os efeitos do aumento dos valores foi o missionário R. R. Soares, que recentemente teve o valor da locação aumentado e o horário de exibição do Show da Fé alterado para a faixa das 21h30.
Como exibe a programação da Igreja da Graça em horário nobre, Soares seria o responsável por quase metade da receita da Band com a locação da grade para igrejas: R$ 130 milhões anuais, segundo informações de Ricardo Feltrin, do Uol, a respeito da mais recente renovação de contrato entre as partes.
“Em dificuldades financeiras, a Band está batendo a marca de 300 milhões de reais injetados na emissora anualmente por pastores evangélicos. Silas Malafaia, R.R. Soares e Edir Macedo ocupam horas da grade”, escreveu o jornalista Thiago Prado, interino na coluna Radar Online, da revista Veja.
Outro motivo para o aumento das receitas com aluguéis seria a investida da Universal nos horários da madrugada, tirando de cena o apóstolo Valdemiro Santiago, da concorrente Igreja Mundial do Poder de Deus.
A estratégia midiática agressiva da denominação do bispo Macedo resultou na ocupação de todos os horários que antes eram usados pela Mundial, pagando valores já reajustados.