O ministro Luiz Henrique Mandetta comentou a situação atual enfrentada pelas igrejas, com suspensão dos cultos, e apontou uma estratégia que talvez seja a solução para a retomada: o distanciamento social ao invés de isolamento ou quarentena.
O titular da pasta que comanda o combate ao novo coronavírus no Brasil declarou que os cultos podem, eventualmente, serem retomados sem aglomerações, beijos ou abraços. E obviamente, com as pessoas do grupo de risco ainda sendo mantidas isoladas.
“Não pode é ficar aglomerado, ficar abraçando”, disse Mandetta. “Temos uma onda na saúde e temos uma onda na economia. Parece que é consenso de todos que fazer um lockdown [fechamento] absoluto não é, neste momento, o que a gente está precisando, porque vai ter muito problema lá na frente”, acrescentou, pontuando a preocupação com a possibilidade do aumento de desempregados
A declaração de Mandetta traz parânetros para o que o presidente Jair Bolsonaro vem enfatizando: a necessidade de manter abertas igrejas e casas lotéricas, de acordo com informações do portal O Tempo.
O ministro da Saúde frisou, entretanto, que antes que uma iniciativa nesse sentido seja tomada, é preciso alinhar um protocolo de ação com demais autoridades: “Tenho dialogado com os secretários municipais e estaduais dentro do que é técnico, dentro do que é científico, dentro do planejamento. O que [abordamos] é o que a gente precisa ter na saúde nesta semana, e nas outras semanas, para que a gente possa imaginar qualquer tipo de movimentação que não seja esta que a gente está”, disse ele.
Mandetta aproveitou para dizer que ainda não é hora de uma retomada completa: “Por enquanto mantenham a recomendação dos estados, porque essa é, no momento, a medida mais recomendável, já que nós temos muitas fragilidades no sistema de saúde, que são típicas, não de falta do Ministério da Saúde ou do governo”.
” A gente acha que a maioria das coisas vai poder dar um andamento nesse mês. Mas a Páscoa, a Semana Santa, eu sou católico, eu vou, rezo. As procissões, a missa de Páscoa, o almoço de Páscoa, o chocolate, o coelhinho isso tudo vai mexer com as emoções de todos nós. Vamos ter que ser muito resilientes”, alertou Mandetta.