A empreitada de Kleber Lucas contra a comunidade evangélica do país teve um novo capítulo com a declaração do cantor e pastor de esquerda atacando a Marcha para Jesus, que segundo ele, é a representação de uma “linguagem belicosa”.
O engajamento de Kleber Lucas com os partidos e ideologias de esquerda nos últimos anos foi intensificado em 2022 com a candidatura presidencial de Lula (PT), a quem o artista apoiou.
Após o resultado anunciado das eleições, o cantor relançou uma de suas principais canções, Deus Cuida de Mim, em um dueto com Caetano Veloso, artista secular conhecido por seu ateísmo franco e por sua dedicação à militância política de esquerda.
Desde então, Kleber Lucas vem fazendo ataques pontuais a símbolos da comunidade evangélica no Brasil, como o hino 39 da Harpa Cristã, Alvo Mais Que a Neve, a quem acusou de incutir um pensamento racista de embranquecimento da pele entre os fiéis, ignorando por completo as passagens bíblicas que usam esses termos (Isaías 1:18; Salmos 51:7) para se referir à purificação dos pecados, uma questão espiritual, portanto.
Agora, diante da repercussão de suas falas – que se tornaram chacota nas redes sociais – o artista dobra a aposta e faz acusações de incitação à violência por parte dos líderes evangélicos.
“Esse fundamentalismo religioso tem sido algo constante, principalmente no Ocidente nos últimos anos. Uma onda de intolerância, hostilidade, fundamentado e pautado em uma (suposta) defesa bíblica. Levantam o nome de Deus, Jesus, marchando por Jesus. Uma linguagem muito belicosa. Profundamente beligerante e isso está dentro do ambiente religioso”, declarou Kleber Lucas ao Correio Braziliense, rotulando a Marcha para Jesus como um evento pensado para incutir uma cultura de combate literal.
Essa postura expõe a guinada de pensamento e postura do cantor, que já se apresentou em eventos da Marcha para Jesus ao redor do Brasil, como por exemplo, em Manaus (AM), quando foi a principal atração musical e encerrou a edição 2013, de acordo com informações do G1.
Imposição ideológica
Em seguida, o pastor aprofunda seu posicionamento de oposição à postura de conservação das doutrinas bíblicas: “E se torna mais nocivo quando percebe que as pessoas não estão trazendo apenas ideias, e sim crenças. Trazendo um discurso de colonialidade. Isso tem sido uma constante no Brasil, França, Estados Unidos e Itália. É uma onda de fundamentalismo religioso que não consegue conviver com o diferente. Que não respeita a voz do outro e que não quer saber nada além do que aquilo que defendem”.
No mesmo contexto, acusa lideranças religiosas de incitação à violência e vandalismo: “Então, elas vão para as ruas, estão incendiando carros em Brasília, tocando fogo. Muitas delas, têm uma Bíblia na mão, citando versículo bíblico. Até se ajoelham diante de atos não democráticos. Porque não aceitam o fato de o presidente, que não era desse ambiente, vencer uma disputa honesta, democrática”.
“Tem até pastores — e isso é lamentável — colocando fogo na cidade. Porque é feito em nome de Deus, em nome de uma fé, em nome de um tipo messiânico de fé, que é totalmente pautada no fundamentalismo religioso. Essas pessoas acreditam nisso”, acusou.