A candidata Marina Silva (PSB) afirmou que não se sentiu pressionada pelas críticas do pastor Silas Malafaia ao capítulo que tratava das propostas aos militantes LGBT em seu programa de governo, e reafirmou que a errata divulgada se deu para expressar os princípios que haviam sido acordados.
Durante a entrevista à rádio Gaúcha, de Porto Alegre, Marina disse que não trabalha à partir de reivindicações feitas à base da pressão. “O que aconteceu foi uma mudança [no capítulo LGBT] porque não era o que havia sido acordado. Para ser sincera, eu nem li os tweets do pastor Silas Malafaia. Não me sinto pressionada por ele e nem por ninguém. Eu me sinto no processo de discussão democrática. O nosso programa é respeito aos direitos da pessoa. Os direitos dos que creem e dos que não creem”.
Explicando de forma mais detalhada o engano que ocorreu e levou à publicação de trechos que defendiam o casamento gay e o incentivo à adoção de crianças por casais homossexuais, Marina disse que os diferentes grupos sociais que compõem a coligação enviaram suas propostas, e por falta de revisão, o capítulo LGBT foi publicado da maneira que os ativistas gays sugeriram, e não como havia sido acordado entre as partes, incluindo Eduardo Campos, que faleceu no dia 13 de agosto.
“Nenhum setor, nem o agronegócio, nem ambientalistas, nem movimento indígena, teve seu documento publicado ipsis litteris”, disse, afirmando que em todos os setores ocorreram mudanças para que as propostas pudessem ser conciliadas entre si.
Marina Silva também defendeu uma reforma tributária e a ampliação de fontes renováveis de energia, além de criticar a reeleição, porque atualmente “não se governa para resolver os problemas, mas para garantir mais quatro anos de poder”.
Por fim, a candidata falou sobre a política externa brasileira, e disse que sua postura será “inarredável” na defesa da democracia e dos direitos humanos: “Não se coloca o interesse econômico e o interesse ideológico acima dos princípios”, concluiu.