Uma declaração polêmica e outra um pouco cômica e provocadora, é assim que muitos enxergaram os posicionamentos dos candidatos à Presidência da República Jair Messias Bolsonaro e Marina Silva, ambos desse último final de semana.
O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, foi entrevistado na sexta-feira (28) pelo apresentador José Luiz Datena ainda no hospital Israelita Albert Einstein. Questionado sobre uma possível derrota na eleição que terá seu primeiro turno já neste domingo, o presidenciável disse que não aceita outro resultado, senão a sua eleição.
Antes, porém, Bolsonaro frisou que a sua fala não diz respeito ao posicionamento dos militares, mas sim de um ponto de vista pessoal. “Sobre as instituições militares aceitarem o resultado, eu não posso falar pelos comandantes militares. Eu, pelo que eu vejo nas ruas, eu não aceito resultado das eleições diferente da minha eleição. Isso é um ponto de visto fechado”, disse o candidato.
A declaração foi amplamente repercutida pela mídia como uma possível ameaça à democracia. Todavia, questionado logo em seguida por Datena, Bolsonaro negou, sugerindo que a sua posição está baseada na suspeita de uma possível fraude.
“É um sistema eleitoral que não existe em nenhum lugar do mundo”, disse Bolsonaro, referindo-se às urnas eletrônicas. “Eu apresentei um antídoto para isso. A senhora Raquel Dodge [procuradora-geral da República] questionou”.
“Não confiamos em nada no Brasil. Até concurso da Mega-Sena a gente desconfia de fraude. Estou desconfiando de alguns profissionais dentro do TSE”, acrescenta o candidato, destacando que a possibilidade de vitória de o PT só existe “na fraude”.
“Não existe outra maneira que não seja na fraude. Quando Lula ia para a rua era hostilizado. Não existe essa história. Será que o Lula preso vai transferir a mesma quantidade de votos para Haddad que transferiu para Dilma?”, questiona ele, segundo o G1.
“Está amarelando”
Participando de um ato organizado por mulheres contra Jair Bolsonaro no último sábado, no Largo da Batata em São Paulo, a candidata da REDE, Marina Silva, comentou a declaração do presidenciável, dizendo que ele estaria “amarelando”.
“Me parece um discurso de quem está amarelando diante da crítica da opinião pública”, disse ela, segundo a Gazeta Web. “No Norte, quando alguém se porta desse jeito, pega a bola e tenta encerrar o jogo como se fosse o dono da bola e do jogo, a gente chama isso de amarelar”.
Entenderam errado
Ciente do mal entendido em sua declaração, Bolsonaro explicou já no domingo (30) qual foi a sua real intenção ao dizer que não aceitaria um resultado diferente da sua vitória nas urnas.
“Sei que não tenho nada para fazer (em caso de derrota). O que quis dizer é que não iria, por exemplo, ligar para o Fernando Haddad depois e cumprimentá-lo por uma vitória”, disse Bolsonaro, segundo informações de O Globo.
O presidenciável falou ainda que pretende participar do próximo debate presidencial que ocorrerá na TV Globo na próxima quinta-feira, embora a equipe médica esteja preocupada com a duração do programa, que será de 3 horas.