A psicóloga Marisa Lobo enviou à redação do Gospel+ uma carta aberta ao deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), como resposta à hostilidade que, segundo ela, o político apresentou na Audiência Pública que aconteceu do dia 27/11, na Câmara Federal em Brasília.
A audiência em questão aconteceu na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados com o objetivo de discutir o Projeto de Decreto Legislativo 234/2011 proposto pelo deputado João Campos (PSDB-GO), que tenta sustar partes da Resolução do Conselho Federal de Psicologia que falam sobre a relação do profissional de psicologia quanto à orientação sexual de seus pacientes.
Na carta, a psicóloga afirma que Wyllys tentou desconstruir e ridicularizar sua imagem, bem como a do pastor Silas Malafaia fazendo uso de “caretas, falas alteradas e estrelismo”. Marisa Lobo afirma ainda que o parlamentar usou seu tempo de fala na audiência não para discutir o tema proposto, mas para disseminar o preconceito.
Marisa Lobo falou também das críticas do deputado ao fato de seu currículo profissional não estar publicado na plataforma, afirmando não se tratar de algo obrigatório para se demostrar capacidade profissional. Ela afirmou ainda que não precisou de mestrado para ter livros publicados. Ela disse ainda que o deputado deveria colocar em seu currículo na plataforma sua passagem pelo reality show Big Brother Brasil, que foi o que o deu fama nacional.
Para Marisa, a atitude de Jean Wyllys foi uma demonstração de “infantilidade parlamentar e intolerância”.
Leia a carta na íntegra:
Carta aberta Resposta da Psicóloga Marisa Lobo ao deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ)
Na última audiência do dia 27/11, na Câmara Federal em Brasília, na comissão de seguridade social, onde estava presente como psicóloga juntamente com o meu colega psicólogo e pastor Silas Malafaia, discutindo o projeto do deputado João Campos apelidado maldosamente pela militância gay de “Cura Gay”, fomos citados pelo então pelo deputado que causou frisson na audiência dando seu “show particular”. Este cidadão, que hoje é deputado, nos tratou de forma intolerante e preconceituosa, chamando inclusive nosso povo presente de “ESSA GENTE”, mostrando claramente em sua fala e em sua linguagem não verbal o quanto nos despreza.
Na ocasião, debaixo de caretas, falas alteradas e estrelismo, o deputado Jean Wyllys na tentativa de desconstrução, tentou ridicularizar minha imagem e do pastor Silas, se valendo dos seus minutos de palavra (que deveria ser usado pra discutiu o assunto proposto, mas como já é de sua característica, usa para disseminar preconceito) de forma lamentável, mostrou mais uma vez sua infantilidade parlamentar e intolerância, destilando seu veneno ardiloso pontuando de forma “cínica” e oportunista, que meu currículo profissional e do pr. Silas Malafaia não consta na plataforma Lattes, induzindo a sociedade ao erro de acreditar que estar nesta plataforma, que é apenas para ferramenta de divulgação de curriculum, seja prerrogativa para qualquer produção científica e ou capacitação profissional.
Esclareço que sim, para quem deseja, é interessante divulgar seu currículo nesta plataforma mas, jamais obrigatória. Ela é usada como uma ferramenta válida de divulgação, porém temos muitos profissionais que não gostam de expor sua vida nesta ferramenta como o pastor Silas que, cá entre nós, o que menos precisa é expor sua qualificação, pois seu sucesso profissional e sua liderança mundial falam por si.
Segue minha resposta ao então deputado ex BBB de 13016 votos (sortudo):
1. O senhor mais uma vez provou sua ignorância e arrogância e demonstrou sua perseguição, pois falou cheio de razão que meu currículo e do psicólogo Silas Malafaia não estão nesta ferramenta de divulgação de currículos, como se fosse condição alguma para qualificar um profissional. Perseguição, nobre deputado? Ou sua especialidade é induzir a população ao erro?
2. Com todo respeito aos profissionais de letras, somente a título de esclarecimentos eu, Marisa Lobo, não precisei ser professora de letras, como o senhor, para ser escritora. Tenho 3 livros publicados por grandes editoras (arte editorial, e editora fôlego), e mais 7 produções independentes, 4 em andamento, DVDs, além de diversos artigos publicados em revistas e jornais de sites de expressão. Não precisei fazer mestrado para ser escritora… Pago redator, mas fiz habilitação para magistério superior, pois constantemente sou convidada a dar palestras em cursos de prevenção às drogas, um cuidado apenas profissional.
3. Com todo respeito aos profissionais de jornalismo, deputado, também não precisei estudar jornalismo (uma faculdade infelizmente ainda não reconhecida) para ser repórter, produtora e apresentadora de TV. Para seu conhecimento, tive programa de TV sobre turismo por sete anos na rede Record (RIC TV no Paraná), na TV Cidadão, e fui repórter social de um programa na CNT, além de ser colunista e articulista de jornais e sites. Enfim, o que gostaria que o senhor ilustre deputado, sortudo de 13.016 votos, prestasse atenção é neste esclarecimento abaixo.
4. Ilustríssimo deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), o fato de gostarmos de sexo eu de sexo “natural” de acordo com minha biologia, minha identidade sexual (hétero), e o senhor de gostar de sexo anal (homo) de acordo com sua orientação sexual, não nos dá respaldo científico para falarmos de sexualidade em uma audiência, já que gosto pessoal é subjetivo. Sendo assim, incorremos no risco de não sermos imparciais, e apenas estarmos pautados em nossa militância e induzir ao erro.
5. Porém, o fato de ser que vos fala, que o senhor tentou de forma covarde descaracterizar, bacharel em psicologia, com título de psicóloga, especialista em saúde mental e com vários cursos de extensão em sexualidade do adolescente, infantil, psicologia da sexualidade, drogas, transtornos, com experiência inclusive internacional na área, como por exemplo, no Mount Sinai medical Center (em Nova York –U.S. A) no setor settlement health & medical services, onde conheci e aprendi acerca da prevenção e enfrentamento as DSTS e AIDS, me dá respaldo sim senhor para estar presente em qualquer audiência sobre o tema.
6. O que me respalda também e gostaria de esclarecer ao ilustre deputado (BBB), é que tenho outras experiências na área que talvez possa lhe interessar como, por exemplo, meu trabalho como coordenadora de um serviço pioneiro no Paraná de prevenção e informação SEI-Drogas/DSTs/AIDS na cidade de Araucária/PR por cerca de dois anos, que pelo pioneirismo e sucesso do meu trabalho fui convidada a ser palestrante no primeiro congresso de sexualidade humana do Estado do Paraná. Além de ter sido pioneira, senhor deputado, em campanhas de prevenção à AIDS que envolviam show e artes, bem como visitas à casa de prostituição, com palestras e distribuição de camisinhas. Inclusive, no primeiro show que organizei e idealizei no Paraná, homenageamos o cantor Cazuza que faleceu vítima do Vírus da AIDS, convidando sua mãe Lucinha Araújo para receber esta que foi uma das primeiras homenagens a seu filho vitimado pela AIDS.
7. Como pode observar já estou na luta contra a discriminação, pela prevenção, e enfrentamentos às drogas e AIDS, não de forma militante e sim profissional. Há muitos anos, desde 1995 até nos dias de hoje, nunca me promovi com estas questões por se tratar de sofrimento alheio.
8. Mas o que mais interessa em toda minha experiência na área da sexualidade é exatamente minha experiência profissional de prática em consultório e grupos terapêuticos por mais de mais de 15 anos, com pacientes com as mais variadas co-morbidades e transtornos psíquicos, inclusive com sua orientação sexual. (1996 a 2012)
Como pode observar e confirmar, senhor deputado (de 13016 votos), com apenas uma parte pequena de minha experiência profissional afirmo ao senhor que sim, tenho capacitação, capacidade, competência e experiência para estar em qualquer audiência pública, discutindo sobre esse e qualquer assunto da minha área, que é muito mais ampla.
Agora vamos ser francos com toda a “encheção” de linguiça de seu Curriculum Lattes, ainda não consegui entender, academicamente falando, já que a questiona tanto, o que o senhor estava fazendo na audiência publica sobre resolução do CFP. Pois o seu respaldo científico na área é completamente NULO, ZERO. Como profissional não entendo, o que uma pessoa formada em letras (um curso louvável) tem haver com psicologia mesmo? E ousa criticar profissionais sem base teórica e ou científica alguma na área de psicologia. O senhor não acha no mínimo antiético? De péssimo tom, criticar o que não conhece? Isso prova como sua carreira política está pautada em uma série de ataques falaciosos, visando claramente difamar e não permitir contraditório. Me parece falta de tolerância e frustração. Ou é prazer de ofender quem não defende suas ideias? Preconceito e intolerância? Me parece arrogância e falta de educação.
O que mais me incomoda em tudo isso é ser desrespeitada por um deputado, que levou a sorte de com apenas 13.016 mil votos assumir uma cadeira de deputado, estar em uma audiência usando de imunidade parlamentar para tentar desconstruir a credibilidade de profissionais, como tentou fazer conosco, como tem feito de forma irresponsável. O senhor deveria ser processado, não tem limites, freio, censura; noção de ridículo, para ser mais exata. E assumo, minha tolerância nestes casos é zero.
Um alerta faço ao senhor, digníssimo deputado, vossa excelência deveria ter vergonha de incitar ódio e promover guerra e preconceito contra outras religiões como faz claramente com cristãos evangélicos e católicos. Fui procurar saber de onde vem este ódio que o senhor destila contra nós, e entendi que o senhor é apenas um proselitista religioso que defende sua religião, o candomblé (nada contra conheço pessoas boas e éticas que praticam candomblé, também). Mas me pergunto como um deputado que tem um discurso de liberdade religiosa pode promover uma vergonhosa perseguição religiosa. Cadê a liberdade religiosa e direitos humanos deputado? Liberdade de expressão?
Com todo respeito vou te ensinar algo que aprendi com a nossa presidenta Dilma Rousseff: “Direitos Humanos não podem ser usados como bandeira ideológica das minorias contra as maiorias” Direitos humanos, digníssimo deputado, é para todos.
Outra lição que quero lhe ensinar é a gratidão. Não podemos “cuspir no prato que comemos”, coloque no seu currículo Lattes, na parte artística pelo menos, sua passagem pelo BBB. Pois foi lá que o senhor ficou conhecido, e é o que se tornou. Temos que ser agradecidos a quem nos estendeu a mão.
Quero dizer ao senhor deputado que vou seguir sua orientação, e assim que tiver tempo colocarei sim meu currículo na plataforma Lattes. Entendi que é importante para me defender de pessoas como o senhor, que a usa com instrumento para tentar desconstruir um profissional como arma de defesa. Mas te peço, com todo respeito, tenha um pouquinho de “semancol” e perceba que o senhor é um zero à esquerda na área. Impossível que seu oportunismo tenha lhe cegado. Ciência do comportamento, deputado, é coisa séria. Não cabe malabarismos.
Aproveite a chance que DEUS te deu de ser deputado com o milagre de seus poucos 13016 votos e faça o bem sem olhar a quem. Pare de incitar ódio contra os cristãos. O senhor é deputado e tem o dever de proteger a nação. Sua atitude só escandaliza e promove guerra. Seja adulto, se coloque no seu lugar de deputado do povo, lute pela sua causa de forma digna, pare de perverter discursos e realidades a favor de seu ego. Ser oportuno, deputado, é bom, mas ser oportunista é vergonhoso e nesta audiência fiquei assustada com o seu comportamento desequilibrado e comsua maldade em perverter a realidade para perseguir e ridicularizar nossa gente. Lamentável.
Deus te abençoe, e que a paz que excede todo entendimento possa entrar em seu coração e o fazer perceber o quanto suas atitudes têm promovido alienação, indução ao erro, guerra e não paz.
Para o ilustre deputado deixo uma palavra: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is.55:6
Marisa Lobo, psicóloga com a Graça de DEUS.
Por Dan Martins, para o Gospel+