A situação enfrentada pela Ucrânia desde a invasão russa ao país motivou Michael W. Smith, cantor e compositor, a gravar uma canção instrumental como uma mensagem de esperança e doar parte dos royalties para financiar projetos de assistência ao país.
A música Cry For Hope nasceu da tristeza do cantor ao ver as cenas da invasão russa na Ucrânia, que o fizeram lembrar de outras atrocidades na história do século XX: “É realmente diferente de qualquer coisa que eu já tenha escrito e inspirado por John Williams, provavelmente como A Lista de Schindler um pouco. Acho que nunca escrevi uma melodia tão assombrosa e tem um pouco de esperança nela”.
“Não consigo entender como alguém pode simplesmente entrar e começar a matar pessoas. Isso me impressiona… você vê as fotos, sabe o que está acontecendo, e isso me comove. E muitas vezes, não sei o que dizer, acabo chorando”, desabafou o veterano cantor.
Aos 64 anos, com prêmios como Grammy Awards e Dove Awards, dezenas de composições e uma grande influência artística na música gospel de todo o mundo, Michael W. Smith elogiou a ação da entidade Samaritan’s Purse, que montou um hospital de campanha na Ucrânia e tem prestado assistência aos civis afetados pela guerra:
“Os suprimentos que eles estão enviando são enormes. É simplesmente incrível. Essa necessidade será grande por muito, muito tempo. Você pode imaginar apenas sua família e todas as suas memórias, e você é forçado a deixar tudo o que conheceu em toda a sua vida, e está dormindo em um colchonete em algum campo de refugiados durante a noite? Tente imaginar isso acontecendo conosco, como americanos. Não podemos compreender isso. E foi isso que aconteceu com essas pessoas”, contextualizou.
A ideia de doar parte dos royalties da música para as iniciativas de assistência ao país é um gesto, disse o cantor: “Não me importo em ganhar dinheiro com isso”. Em entrevista ao The Christian Post, Michael W. Smith declarou que “quanto mais dinheiro essa música ganhar, podemos simplesmente doar tudo”.
“Sou grato que a música é um bálsamo. Sabe, sempre foi. Estou apenas orando para que essa música dê alguma esperança a essas pessoas. E que eles poderão voltar mais fortes do que nunca, e que essa guerra terminará”.
Esse momento, na visão do artista, pode ser decisivo, apesar de toda a complexidade geopolítica da situação: “Se não nos levantarmos, esse cara vai continuar fazendo o que faz; temos que enfrentá-lo. Eu sei que é complicado; há muitas questões complicadas, ninguém quer uma Terceira Guerra Mundial e todas essas coisas políticas. Mas deve haver um dia em que você simplesmente diga: ‘Não vamos tolerar isso. E vamos defender essas pessoas.’ E acho que é isso que estamos começando a ver em todo o mundo, e isso é uma coisa boa”, finalizou.