Decidir seguir a Jesus Cristo, vivendo em um contexto onde o radicalismo muçulmano é uma realidade, pode ser algo extremamente arriscado. O diretor da Escola Primária Ibunbaz na cidade de Bugiri, distrito de Bugiri, em Uganda, sabe muito bem disso, pois ele mesmo foi vítima da intolerância religiosa local.
Yusufu Mwanje sabia dos riscos envolvidos em declarar abertamente a sua fé. Por isso, inicialmente ele optou por tentar se manter em segredo. O professor se converteu ao cristianismo após o testemunho de um fornecedor da sua escola, que é cristão.
Como a tradição islâmica orienta, todos os muçulmanos devem fazer orações regularmente, em grupo, e o fato do diretor deixar de frequentar essas reuniões foi a primeira coisa que chamou atenção dos funcionários da escola.
“Eu queria manter minha fé em Cristo em segredo e comecei a perder as orações de sexta-feira, enquanto participava das orações da noite na igreja”, disse Mwanje ao Morning Star News.
“Alguns professores muçulmanos notaram minha ausência e relataram ao conselho de administração da escola”, revelou o diretor, contando ainda que certo dia um funcionário da escola que morava ao lado da sua casa, ficou lhe espionando.
Foi assim que durante uma oração de madrugada, o funcionário islâmico gravou uma oração do diretor. “Orei até as 4h30 e depois me preparei para ir à mesquita, porque queria proteger meu emprego”, disse Mwanje.
Ao sair da sua casa, porém, Mwanje foi surpreendido por um grupo de muçulmanos que o arrastou até a mesquita local para puni-lo por sua conversão ao cristianismo. Nesse momento, todos já estavam cientes de que o diretor da escola islâmica era, na verdade, um cristão.
“Eles começaram a gritar: ‘Allah akbar [o slogan jihadista, ‘Deus é maior’]! Deus akbar ! Deus akbar ! Este é um kafir [infiel], este é kafir“, contou o diretor.
“Eles me agarraram e me levaram para dentro da mesquita e começaram a me bater (…). Outros gritavam: ‘Um mentiroso, um mentiroso, um mentiroso… Ele merece a pena de morte'”.
Não satisfeitos com a sessão de espancamento contra o diretor cristão, os muçulmanos resolveram queimá-lo. Mwanje, contudo, conseguiu sobreviver após clamar o nome de Jesus e um idoso intervir na situação. Contudo, ele já havia sido queimado em várias partes do corpo.
“Quando mencionei o nome Jesus em voz baixa, um agressor disse: ‘Azab Azab , que significa ‘castigo’ em árabe. Imediatamente, dois professores islâmicos chamados Ustaz Hamudan e Hashim Sajabbi trouxeram duas latas velhas e acenderam com fogo e começaram a me queimar com ele. Foi muito doloroso. Eu desmaiei”, contou Mwanje.
Após ser quase morto sendo queimado vivo, o diretor foi levado para uma clínica, onde foi tratado. Ele também perdeu o emprego na escola islâmica. Este episódio ocorreu no início de abril e até hoje Mwanje mantém firme a sua fé em Jesus, sendo acolhido por uma igreja cristã local.