Uma empresa sueca desenvolveu um microchip para substituir o passaporte sanitário em papel que vem sendo exigido por muitos países, e o dispositivo já suscitou polêmica entre cristãos, que o associam à marca da besta descrita em Apocalipse 13.
O novo microchip que substitui o passaporte sanitário vem sendo adotado por um considerável número de cidadãos suecos, que usam a tecnologia para comprovar sua vacinação para a covid-19.
O implante do microchip é feito sob a pele do braço ou da mão, levando a especulações entre alguns cristãos de que isso poderia ser o cumprimento de uma profecia bíblica sobre a marca da besta.
Essa tecnologia vem sendo usada na Suécia desde 2014, e ao todo, 6 mil pessoas já fizeram implantes de microchips desse modelo.
O portal South China Morning Post publicou um vídeo em sua conta no Twitter mostrando pessoas na Suécia usando o microchip de passaporte sanitário implantado sob sua pele, e o conteúdo viralizou com mais de 2,4 milhões de visualizações na última segunda-feira, 20 de dezembro.
O vídeo mostra o dispositivo da empresa Epicenter, de Estocolmo, e seu funcionamento. O microchip tem o tamanho de um grão de arroz e serve para armazenar outros dados além das informações sobre a vacina. Através de um smartphone é possível acessar o conteúdo e, no caso da pandemia, comprovar a vacinação que vem sendo imposta.
Muitos usuários do Twitter responderam à postagem, escrevendo “666” e “a marca da besta”, referindo-se às profecias do apóstolo João em Apocalipse 13.
“Os implantes são uma tecnologia muito versátil que pode ser usada para muitas coisas diferentes”, diz o diretor da empresa, Hannes Sjoblad. “No momento, é muito conveniente ter passaportes COVID sempre acessíveis em seu implante”, acrescenta.
De acordo com informações do portal The Christian Post, o governo sueco anunciou no dia 1º de dezembro que o passaporte de vacinação será obrigatório para participar de qualquer evento presencial com mais de 100 pessoas.
No Brasil, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso impôs uma decisão que obriga o governo brasileiro a exigir comprovante de vacinação contra a covid-19 para que estrangeiros ou mesmo cidadãos brasileiros vindos do exterior possam entrar no território nacional.
Beep boop beep: Your vaccination record has been verified 🤖 pic.twitter.com/dpAkSCudxf
— South China Morning Post (@SCMPNews) December 17, 2021
‘Alarmismo’
Apesar das recorrentes associações de implantes de microchips à marca da besta, um escritor cristão considera essa percepção fruto de um “alarmismo”:
“Quando João escreveu o livro de Apocalipse dois mil anos atrás, ele não teria tido nenhuma ideia dos tipos de desenvolvimentos, através dos séculos, incluindo este, que muitos pensam apontar para um meio pelo qual suas profecias poderiam ser cumpridas”, contextualiza o escritor Jerry Newcombe.
Newcombe afirma que esse tipo de frenesi apocalíptico vem fazendo parte da história recente do cristianismo: “Disseram-nos que Jesus voltaria em 1988 e depois em 1994 e depois em 2012 e assim por diante, e todas essas previsões se provaram erradas”.
“Os líderes mundiais, de Mikhail Gorbachev a Ronald Reagan, foram falsamente acusados de ser o anticristo. E temores de microchip alimentaram especulações proféticas por anos – mas muitos estudiosos bíblicos notam que o Apocalipse não está apontando para alguma tecnologia adotada inadvertidamente, mas está falando simbolicamente daqueles que lançaram sua sorte com os oponentes de Cristo para aprovação social”, finaliza.