Recém-empossado como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o pastor André Mendonça fez uma visita a Belém (PA) para participar do culto de Natal no Centenário Centro de Convenções da Assembleia de Deus e concedeu uma entrevista à TV Boas Novas.
Durante a entrevista, Mendonça reiterou sua máxima de que “na vida é a Bíblia e no Supremo é a Constituição”, e afirmou que deve seguir essa linha de coerência pois prestará contas a Deus por suas decisões na Corte constitucional.
“A quem é muito dado, muito será cobrado e é com temor e tremor que nós nos colocamos com o poder de decidir uma causa no âmbito do Supremo Tribunal Federal, com impacto nacional, sabendo que vou ter que prestar contas a Deus”, disse o pastor e ministro.
Na entrevista concedida ao pastor Samuel Câmara na última terça-feira, 21 de dezembro, Mendonça disse que sua atuação nos anos à frente será pautada por sua formação de valores e pela busca da justiça:
“Vou ter compromisso com a verdade, com a justiça. Evitar a injustiça, não ter dois pesos, duas medidas. Porque essa influência de valores morais está presente na nossa formação. Nesse sentido, nossa responsabilidade é maior ainda, porque transcende aquilo que simplesmente vemos”, declarou, referindo-se à cosmovisão cristã.
Ação divina
Mais uma vez, ao comentar sua indicação e todo o processo que culminou com sua aprovação para o STF, Mendonça ressaltou a soberania divina: “É a vitória do povo de Deus, no sentido que a ação da igreja, as orações, a intercessão, a comunhão, foram determinantes para o resultado final. Essa vitória marca uma comemoração e mostra que Deus opera na vida dos seus filhos”.
De acordo com informações do portal O Liberal, ao longo do processo de escolha do indicado feito pelo presidente Jair Bolsonaro, Mendonça recebeu inúmeras visitas de lideranças evangélicas para que o segmento tivesse um atestado de seu perfil, não apenas como jurista, mas também como “alguém que tem uma vida que representaria para o segmento evangélico”.
“Não que estejamos aqui para representar um grupo, mas a Igreja seria representada e valorizada com a minha indicação. E em segundo momento, em visita à capital federal, líderes nacionais da igreja conversaram com o líder do Senado e tantos outros líderes políticos para pedir uma resolução o mais rápido possível para a data da minha sabatina. Pedimos para que Deus conduzisse esse processo”, destacou.
Como “terrivelmente evangélico”, Mendonça afirmou que se sentiu motivado a participar do primeiro culto de Natal após sua posse na cidade que marcou o nascimento da maior denominação pentecostal do país:
“Aqui, há pouco mais de 110 anos, se iniciou a história de uma igreja que se tornaria a maior igreja evangélica do nosso país. Dos missionários que aportaram aqui, literalmente, com uma mão na frente e outra atrás, e tinham que parar numa praça para pegar manga no pé para se alimentar, e só tinham roupa pessoal além da bíblia e do chamado ministerial, o chamado para construir a maior nação evangélica que nós somos. Vir ao Pará quer dizer muito obrigado ao povo de Deus e à Assembleia de Deus. E dizer que talvez tenha sido a unidade mais forte da igreja ao longo da sua história em torno de uma causa, a minha aprovação como ministro do STF”, concluiu.